A partir de agosto serão
iniciadas as negociações salariais de diversas categorias. Especialistas e
representantes de classes adiantaram ao DCI que as discussões serão mais
"complicadas" neste ano, por conta do fraco ritmo da economia, ao
mesmo tempo em que a inflação está reduzindo o poder de compra da população. "A
expectativa é que os reajustes em geral não concedam benefícios, promoções ou
remunerações tão generosos como foi no passado", afirma José Pastore,
professor titular na Universidade de São Paulo (USP) e consultor em relações do
trabalho.
De acordo com ele, dados já
divulgados possibilitam que ele tenha essa expectativa. "Há um nível
grande de incerteza do mercado. Além de que a necessidade de contratar mais
mão-de-obra não é tão sério como antes", entende. Pesquisa anunciada ontem
pela Fundação Getulio Vargas (FGV) exemplifica essa desconfiança dos
empresários. O estudo apontou recuo de 3,2% no Índice de Confiança da Indústria
(ICI) em julho em relação ao mês anterior, o que representa o terceiro mês
seguido de retração. Para Pastore, justamente a indústria deve ser a categoria
que mais vai ter dificuldade na negociação neste semestre, embora todos devam
encontrar problemas. Da mesma forma, pelo terceiro mês consecutivo, o Índice de
Confiança do Empresário do Comércio (Icec) recuou 1% em julho ante junho na
série com ajuste sazonal, conforme também informou ontem Confederação Nacional
do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Um dos motivos é o ritmo de
vendas.
Dentro deste cenário
"desanimador", Ivo Dall'Aqua Junior, presidente do conselho de
assuntos sindicais da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do
Estado de São Paulo (FecomercioSP), espera que as discussões sejam bastante
acaloradas dentro do seu setor, principalmente entre os comerciários. "A
Fecomercio entrará nas discussões com parcimônia e responsabilidade",
afirma.
ASCOM Força Sindical
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