Um relatório divulgado pelo
Tribunal de Contas da União (TCU) nesta quinta-feira (19/5) com dados até
fevereiro deste ano revela que as execuções das obras previstas para a Copa do
Mundo ficaram muito aquém do esperado para o início de 2014. Segundo o órgão,
atrasos acabaram comprometendo o cumprimento de metas na entrega dos projetos.
As obras de mobilidade foram as mais prejudicadas. Até fevereiro, dos 34
empreendimentos previstos para estar em pleno funcionamento no país durante o
Mundial, 20 deles – 59% do total – estavam com menos de 50% de desembolso
previsto, sendo que quatro deles ainda não haviam recebido qualquer repasse
financeiro.
O atraso nas obras do
Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na Região Metropolitana de
Belo Horizonte, também está entre os problemas constatados pelo TCU. Dados
levantados até fevereiro apontam que, para cumprir as metas estipuladas, ainda
seria necessário executar, em apenas três meses, 34% das intervenções
contratadas. Para se ter uma ideia do problema, de junho de 2012 a janeiro de
2014, as obras no terminal avançaram 35% - percentual quase idêntico ao
necessário para conclusão dos trabalhos no aeroporto em apenas 90 dias. Apesar
dos atrasos no aeroporto mineiro, a situação é ainda mais crítica em outros
terminais analisados. Entre as 26 ações previstas sob-responsabilidade da
Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), apenas dez
haviam sido concluídas à época da fiscalização. Entre eles, os que enfrentavam
maiores problemas eram os de Fortaleza e Porto Alegre.
Com relação aos
financiamentos do BNDES, ainda havia desembolsos a serem feitos para a
construção das arenas Pantanal, das Dunas, além do contrato referente à
contrapartida pública às obras da Arena Pernambuco. O relatório do tribunal
lembra que já havia alertado os órgãos responsáveis sobre a possibilidade de
atrasos na entrega das obras, principalmente as de mobilidade. “Cabe
acrescentar que em diversas ocasiões ao longo os últimos cinco anos, ao
apreciar ações de controle específicas, o tribunal alertou as autoridades
competentes para a existência de riscos relevantes de que determinados projetos
de mobilidade urbana nas cidades-sede da Copa não seriam concluídas ou estariam
em operação até o Mundial”, informa o documento. Outro relatório deve ser
entregue após 90 dias de conclusão do Mundial de futebol da FIFA, para levantar
informações sobre a situação das obras e também sobre o aspecto financeiro de
cada uma das ações previstas na Matriz de Responsabilidade da Copa.
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