O presidente do Sindicato
dos Trabalhadores Metalúrgicos de Campos, São João da Barra e Quissamã, João
Cunha, disse que a decisão da Petrobras de fazer a conversão de navios em
plataformas na China vem causando insatisfação na categoria. Segundo ele, os
serviços foram contratados em 2012 para serem feitos no Brasil, mas a Petrobras
teria recebido um desconto do consórcio vencedor e firmado um acordo com o
estaleiro chinês Cosco.
As unidades fazem parte de
um pacote de quatro conversões, contratadas por US$ 1,7 bilhão. A informação é
a de que a P-75 será integralmente convertida no Cosco, a P-76, 95%, e a P-77,
cerca da metade. Do pacote, apenas a P-74 estaria no Brasil, no estaleiro
Inhaúma. Na opinião de João, a decisão é absurda. "Vemos negativamente
esta situação. Além da descontinuidade do trabalho, a decisão vai impedir o Rio
de retomar a liderança da indústria naval. O fato de mandar os navios para o
exterior vai estancar a curva de aprendizado dos trabalhadores e da
indústria", explicou o sindicalista, destacando que a estimativa é a de
que 5 mil empregos deixarão de ser gerados no Rio.
Segundo ele, a empresa
alegou que a transferência dos contratos visa manter os prazos de produção do
primeiro óleo previsto no cronograma do projeto da cessão onerosa, onde as
plataformas serão utilizadas. "Em março, a presidente da estatal, Graça
Foster, deixou claro que o objetivo da Petrobras é aumentar sua produção, mesmo
que para isso o conteúdo local não seja respeitado", acrescentou João, que
também é delegado da Federação dos Metalúrgicos do Estado do Rio de Janeiro.
ASCOM Força Sindical
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