A Anistia Internacional
pedirá respeito à liberdade de expressão e à manifestação pacífica durante a
Copa do Mundo, em ato que será realizado nesta quinta-feira (5) em Brasília. O
movimento reuniu mais de 86 mil assinaturas, em cerca de 100 países, com a
campanha "Brasil, chega de bola fora!" e vai entregá-las ao Palácio
do Planalto e ao Congresso Nacional. A preocupação é que a violência contra os
manifestantes registrada nos protestos do ano passado voltem a ocorrer durante
o Mundial. Os relatos de violência são muitos.
A organização reuniu alguns
e acrescentou recomendações ao Poder Público no documento Eles Usam uma
Estratégia de Medo: Proteção do Direito ao Protesto no Brasil, que estará
disponível a partir desta quinta-feira no site do movimento.
"A intenção é a
prevenção, para evitar eventuais violações por parte da polícia durante as
manifestações que poderão ocorrer", diz a assessora de Direitos Humanos da
Anistia Internacional, Renata Neder. "No ano passado, a gente viu eclodir
em todo o país grandes manifestações. Em diversas, a resposta da polícia foi
abusiva, fazendo o uso excessivo da força, de balas de borracha e gás".
A reação policial teve
consequências. O documento mostra o caso do fotógrafo Sérgio Andrade da Silva
que perdeu um olho após ser atingido por uma bala de borracha, disparada pela
polícia militar durante uma manifestação em São Paulo, no dia 13 de junho de
2013. Há também o caso de Vinicius Duarte, 27 anos, músico e estudante
universitário. De acordo com o texto, ele foi brutalmente espancado por
policiais militares durante uma manifestação em São Paulo no dia 25 de janeiro
de 2014. Ficou gravemente ferido, teve a mandíbula e o nariz quebrados e perdeu
quatro dentes depois que dois policiais militares o golpearam diversas vezes
com os cassetetes.
Continua...
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