A instauração de salário
mínimo está voltando à moda em países desenvolvidos, para combater a crescente
desigualdade de renda e também impulsionar o consumo. O governo da Alemanha,
maior economia da Europa, aprovou ontem projeto para a criação do mínimo, pelo
qual a hora de trabalho passa a ser de pelo menos € 8,50, comparada a quase €
10 na França e no Reino Unido.
A Suíça, um dos países mais
ricos do mundo, vai colocar em votação em maio uma iniciativa popular propondo
que a hora de trabalho seja fixada em pelo menos 22 francos suíços. Isso
resulta num salário mensal de 4 mil francos (US$ 4.526,00) - o que significaria
o maior salário mínimo do mundo. Mesmo nos Estados Unidos, marcado pela
flexibilidade no mercado de trabalho, alguns Estados e cidades como Nova York
planejam introduzir um piso, e com isso aumentar a hora de trabalho para cerca
de US$ 10, comparada a cerca de US$ 7 atualmente, na média.
O objetivo comum é combater
a desigualdade crescente de salários e a multiplicação dos chamados
"working poor", ou seja, pessoas que têm rendimentos abaixo do nível
da pobreza mesmo trabalhando em tempo integral. Isso ocorre com mais frequência
nos países anglo-saxões. Empresários reagem, estimando que o salário mínimo
obrigatório deverá se traduzir por menos postos de trabalho e, indiretamente,
mais desemprego. Na Alemanha, 10% das empresas ameaçam demitir.
Mas para o Partido
Socialista alemão, que fez da introdução do piso salarial o tema central de sua
campanha eleitoral, o instrumento vai favorecer a demanda e diminuir a ajuda
pública. Atualmente, 1,3 milhão de assalariados recebem ajuda do Estado porque
não ganham o suficiente para viver corretamente. Isso custa € 11 bilhões por
ano aos cofres públicos. Com o salário mínimo, a ideia é que parte dos
assalariados não precise mais recorrer a complemento de renda. Ao contrário do
que as empresas desejavam, nenhum setor profissional será excluído e terá que
respeitar o mínimo.
ASCOM Força Sindical
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