A melhoria das condições de
vida do brasileiro e a redução de impostos para aquisição de veículos
promoveram, ao longo da última década, uma explosão do consumo. Apenas no
Distrito Federal, há atualmente 1.508.546 automóveis cadastrados pelo
Departamento de Trânsito. Com isso, a mobilidade nas cidades tornou-se um
desafio difícil de equacionar. É nesse cenário que os meios alternativos ganham
força, em especial a bicicleta. Mas como incentivar o uso, quando a tributação
desse equipamento é de 72% contra 32% dos carros? Na tentativa de equilibrar
essa conta, entidades de ciclistas fazem pressão pela aprovação de duas medidas
provisórias (MPs) que preveem a redução dos impostos e podem tornar a bike mais
acessível aos brasileiros.
“Dados do IBGE mostram que
30% das pessoas que usam bicicletas no país têm renda de até R$ 600, ou seja, o
preço pesa muito”, esclarece Daniel Guth, consultor da Associação de Ciclistas
Urbanos da Cidade de São Paulo. Guth e representantes de diversas organizações,
como a Bicicleta para Todos, a União de Ciclistas do Brasil e a brasiliense
Rodas da Paz, estiveram esta semana no Congresso Nacional em uma mobilização
pela aprovação das MPs 628/2014 e 638/2014. Hoje, do total de bicicletas
vendidas no Brasil, 50% são usadas ao transporte, 37% vão para crianças, 17%
destinadas ao lazer e 1% para corrida.
Integrante da Rodas da Paz,
Pérsio Marco Antônio Davison acompanha de perto a tramitação das medidas
provisórias e acredita que esse será o primeiro passo para promover mudanças
mais profundas no cenário da bike no país. “As vias públicas não dão conta da
demanda de tráfego e nem se dispõe dos espaços urbanos e recursos financeiros
que crescentemente são demandados. E deve ser levado em conta o impacto e
custos dos congestionamentos e da poluição”, analisa.
Correio brasiliense
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