Integrantes do Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e funcionários da área de Saúde de
Governador Valadares promoveram protestos para recepcionar a presidente Dilma
Rousseff, na segunda-feira, 13, participou de dois eventos na cidade do leste
mineiro. Os primeiros cobram agilidade na reforma agrária, enquanto os
funcionários do Hospital Municipal da cidade tentavam "sensibilizar"
a presidente e a prefeita Elisa Costa (PT) para que libere pagamentos
atrasados.
"A gente reconhece
avanços na área social. Mas distribuição de renda e reforma agrária não houve.
Em 2013, o governo assentou 5 mil famílias, que é menos do que foi assentado
durante o governo do (Ernesto) Geisel, que era ditadura militar", disparou
Ênio Bohnenberger, da coordenação nacional do MST, segundo o qual ainda há pelo
menos 105 mil famílias acampadas em áreas invadidas. Por meio de sua
assessoria, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) contestou
o dado do diretor da entidade e afirmou que no ano passado foram assentadas
30.239 famílias. Nos três primeiros anos de governo, o governo federal fez uma
série de concessões aos ruralistas e ao agronegócio e, há meses de a presidente
tentar a reeleição, tenta uma reaproximação com trabalhadores rurais. Na semana
passada, Dilma recebeu representantes do movimento após protesto que terminou
em confronto com a polícia que resultou em mais de 30 de feridos em Brasília
(DF).
"A gente achou
estranho. Não tinha pedido de audiência. Ela (Dilma) chamou, mas não ofereceu
nada", declarou Bohnenberger. "Não temos nenhuma esperança de que
haverá mais desapropriações este ano, por o INCRA está sem recursos",
desabafou. "O governo prioriza o agronegócio, que chamamos de agricultura
sem agricultor", concluiu.
Jornal O Estado de São Paulo
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