O ministro do Supremo
Tribunal Federal (STF) Luiz Fux afirmou nesta quarta-feira, 26, que José
Dirceu, como ministro chefe da Casa Civil, orquestrou uma “quadrilha estável e
duradoura” que tinha como objetivo obter recursos destinados a garantir o apoio
à “governabilidade do país”. O relator rejeitou o pedido de Dirceu e mais
outros oito condenados de absolvê-los do crime de formação de quadrilha no
processo do mensalão. Fux, como relator dos embargos infringentes, é
responsável pelo primeiro voto no julgamento dos recursos. Se a posição do
relator prevalecer, Dirceu permanecerá preso em regime inicialmente fechado e
perderá o direito, ao menos por ora, de trabalhar fora da cadeia em Brasília. O
relator detalhou a atuação do ex-chefe da Casa Civil. Segundo Fux, há “farta”
prova dos autos de que Dirceu cometeu formação de quadrilha. Ele disse que as
atividades ilícitas dele foram praticadas por mais de dois anos e que o
ex-ministro participava ativamente das reuniões partidárias em que se decidiam
os acordos com os partidos da base aliada. Fux disse ainda que José Dirceu
conhecia as operações de empréstimo fictício realizados no Banco Rural,
instituição que também concedeu outro empréstimo a ex- esposa dele Ângela
Saragoça. “A ex- esposa logrou obter, por intermédio de membros da quadrilha,
um emprego. O apartamento dessa senhora foi adquirido por Rogério Tolentino
(outro condenado no processo), que agiu com o intuito de auxiliar o primeiro
réu”, destacou. Segundo o relator, nada era praticado “isoladamente, mas em
concerto”. E destacou que era Dirceu quem “batia o martelo” em relação aos
temas apurados nos autos.
Agência Estado
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