O fato de Luiz Inácio Lula
da Silva voltar a usar sua tradicional barba é apenas um item do plano
estratégico já traçado entre os petistas neste período de pré-campanha: o
ex-presidente tomará a linha de frente dos embates públicos com os adversários
até o fim da Copa do Mundo, em meados de julho. A ideia é criar a imagem de que
sua sucessora e pré-candidata à reeleição, Dilma Rousseff, está concentrada na
administração do País e na realização do evento esportivo.
Anteontem, em Ribeirão
Preto, durante um evento do pré-candidato petista em São Paulo, Alexandre
Padilha, Lula já foi para cima do presidente do Supremo Tribunal Federal,
Joaquim Barbosa. Além de críticas sobre a atuação do magistrado no julgamento
do mensalão, os petistas veem Barbosa como possível adversário na sucessão de
outubro. Por ser juiz, ele poderá se desincompatibilizar do cargo e se filiar a
um partido até abril - o prazo de outros candidatos é outubro do ano anterior,
pelo menos 12 meses antes do 1.º turno. "Se quer fazer política, entre
para um partido. Mostre a cara", disse o ex-presidente.
Além de rodar o Brasil
fazendo campanha para os candidatos petistas a governos estaduais, como já fez
no fim de semana com Padilha, Lula vai usar a internet para travar a disputa
política em torno de temas espinhosos para o PT, como a defesa da gestão
Fernando Haddad na capital paulista, o desempenho da economia, a regulação da
grande mídia, o combate à corrupção, a reforma política e a própria Copa do
Mundo.
Nos primeiros meses, por
causa de algumas viagens internacionais, as ações vão se concentrar no Sudeste.
Na sexta-feira, ele deve participar de um evento com Fernando Pimentel,
ministro do Desenvolvimento, que lançará sua pré-candidatura do PT ao governo
de Minas. A prioridade do ex-presidente são os cinco maiores colégios
eleitorais do País: São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul
e Bahia.
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