Apesar de a escolha do candidato que representará a
oposição na disputa pelo governo estar programada para ocorrer até o Carnaval,
ontem, o ex-governador Paulo Souto (DEM) admitiu pela primeira vez, mesmo que
nas entrelinhas, que pode aceitar o convite e se candidatar a vaga de gestor do
Estado. Durante parte do cortejo, o democrata resistiu falar de política e das
eleições deste ano. “Prefiro que os partidos decidam. O importante é que a
grupo está unido e caminha com tranquilidade. Hoje é dia de Bonfim”, limitou-se.
No entanto, ao ser novamente instado a falar sobre o desejo de ser candidato e
encabeçar a chapa oposicionista da Bahia, Souto minimizou e disse que
precisaria de “consenso” e “meio termo” para topar. Esta foi à primeira
afirmação, mesma que entrelinhas, em que o democrata assume a possibilidade de
sair candidato. Logo em seguida, Souto evitou comentar mais sobre política e
completou afirmando que prefere esperar a decisão dos partidos aliados.
“Prefiro que os partidos decidam. Vou aguardar. Hoje é o dia da Bahia, o dia da
cultura local”, disse, revelando o pedido que faria ao Senhor do Bonfim. “Quero
muita saúde e bênção para minha vida”, disse. Para despistar os questionamentos
insistentes sobre a eleição, o democrata aproveitava para concentrar suas
declarações no sincretismo religioso da festa, ressaltando que todo ano
participava do Cortejo. “Não deixo de vir. É um momento importante para a Bahia
e para os baianos. Estou sempre presente”, finalizou. Enquanto isso, o
pré-candidato do PMDB, Geddel Vieira Lima, aproveitava para reafirmar que a
oposição permanecia unida, dialogando com a população, “discutindo a construção
de novos projetos para a Bahia”.
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