"Meu filho começou a
berrar: 'Pai, nós vamos morrer'", lembra o comerciante vascaíno Joel
Meneghelli, 37. Ele estava na arquibancada da Arena Joinville com o filho Igor,
de 11 anos, quando começou a briga entre as torcidas durante a partida entre
Vasco e Atlético-PR, no último domingo. Era a primeira
vez que o garoto via um "jogo grande" de perto, com times da Série A,
conta Meneghelli. Os dois viajaram 150 quilômetros de carro de Apiúna (SC),
cidade com cerca de 10 mil habitantes onde moram, até o estádio, em Joinville. Ficou
no mesmo setor onde estavam as torcidas organizadas do Vasco e não conseguiram
escapar quando a pancadaria começou. "Eu só via uma saída, mas não
conseguia chegar lá. Todos começaram a correr. Procurei um canto e fiquei
parado. Tentei me proteger e acalmar meu filho", conta o pai.
No meio da
confusão, rezou para que nada de grave acontecesse. Um torcedor do Atlético-PR
tentou acalmá-lo: "O negócio não é contigo". Na primeira oportunidade
que teve depois que a intervenção policial reduziu a intensidade do confronto,
Meneghelli pulou um alambrado com o filho e deixou o estádio. Estava como diz,
"aterrorizado". Ontem, dois dias depois do episódio, o filho do
comerciante ainda dava sinais de estar traumatizado. Meneghelli decidiu que
nunca mais levará o garoto a um estádio, apesar de o filho jogar futsal e
querer ser jogador profissional. "O que a gente viu no domingo foi
terrível. Eu não vou levar meu filho e também não vou sozinho", reclama. O
comerciante disse que, sozinho, já havia assistido a jogos do Vasco no Rio e em
São Paulo. Na avaliação dele, foi um equívoco não haver policiamento dentro da
Arena Joinville. Apenas seguranças de duas empresas privadas (cerca de 90
homens), que tinham sido contratadas pelo Atlético-PR, ficaram responsáveis por
monitorar as torcidas dentro do estádio.
A partida foi
disputada em Joinville porque o Atlético-PR havia perdido um mando de jogo em
Curitiba por conta de brigas entre seus próprios torcedores no clássico contra
o Coritiba, em outubro. No domingo, a briga das torcidas começou aos 17 minutos
do primeiro tempo. Quatro torcedores foram levados ao hospital, dos quais só um
permanece internado.
Noticias pelo
Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário