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quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Projeto da ponte Salvador Itaparica gera polêmica


A escolha do consórcio formado pelas empresas brasileiras Enescil e Maia Melo e pela dinamarquesa Cowi, selecionado com uma proposta de R$ 22,5 milhões para elaborar o projeto básico de engenharia para a construção da ponte Salvador-Itaparica, obra com custo previsto de R$ 7 bilhões, já gera polêmica. Para a arquiteta e urbanista e professora da Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Ângela Gordilho, antes de decidir por um projeto desse tipo, de tal complexidade e tamanhos custos, alternativas viárias pela região do Recôncavo deveriam ser estudadas pelo governo do Estado. Uma delas, segundo a especialista, seria o sistema férreo. "Esse sistema é utilizado por várias cidades do mundo contemporâneo e, provavelmente, seria muito mais barato, considerando que o país já tem bases de estruturas férreas definidas”, afirmou em entrevista ao jornal A Tarde. Outro ponto que deve ser observado, de acordo com a urbanista, é a prioridade de investimento. "Uma pesquisa acadêmica feita em 2008 mostrou que era preciso um valor estimado de R$ 2,5 bilhões para desenvolver o plano habitacional de Salvador. Precisamos saber o que é mais importante: resolver o déficit de moradias de toda a cidade ou construir uma ponte, que atenderá um grupo pequeno de pessoas?", questionou. Para o pesquisador Paulo Ormindo, que tem se revelado um ferrenho crítico do projeto, os impactos também devem ser levados em conta. "A construção da ponte e da Linha Viva (BA-001) vão provocar problemas no tráfego marítimo, engarrafamentos na ilha e em Salvador, além de destruir matas primárias e provocar a remoção de famílias", apontou. O pesquisador ainda salienta que, em termos culturais, a obra vai marginalizar ainda mais o Recôncavo tradicional, com cidades históricas, festas populares e artesanato. "O ideal seria construir um arco rodo ferroviário para integrar salvador aos demais municípios, ao Centro Industrial de Aratu e ao Complexo Petroquímico de Camaçari", sugeriu. Já o secretário estadual do Planejamento, José Sérgio Gabrielli, a obra de construção da ponte que pretende ligar a capital à ilha e ao Recôncavo baiano trará benefícios significativos à população, pois, segundo o chefe da pasta, reduzirá em até 200 km o percurso que os veículos fazem na direção sul-norte e tornará a economia da região mais dinâmica.
Fonte: Política Livre



Governo baiano tenta disfarçar aliança feita com o ex-prefeito João Henrique
A aliança entre o ex-prefeito João Henrique, em vias de filiar-se ao PSL, e o governador Jaques Wagner (PT) com vistas a 2014, celebrada com a nomeação do filho do primeiro casamento para o gabinete do chefe da Casa Civil do governo, Rui Costa, repercutiu tão mal, tão mal nas redes sociais, que levou o governo estadual a uma tentativa mambembe de disfarçá-la com duas versões. Uma verdadeira bobagem!
A primeira versão é que o jovem tem um currículo invejável que o capacita tecnicamente para a função, como se técnica ela fosse. A segunda é que o pai não teve nada a ver com a indicação. Luiz Henrique Carneiro, na versão do governo, teria sido nomeado exclusivamente em atenção à mãe, a deputada estadual Maria Luíza, e ao partido, dela, o PSD. Como se Maria Luíza, que se separou de João Henrique no ano passado, depois de eleger-se sucessiva e exclusivamente por intermédio dele, fosse um estrondoso fenômeno eleitoral autônomo.
Francamente! Além disso, o PSD é comandado na Bahia, pelo vice-governador Otto Alencar, que é também secretário estadual de Infra estrutura, e está com os dois pés no governo, o que significa, obviamente, que o partido dispensa mimos tais. E se era mesmo para atender à mãe e ao partido de Otto, por que então o filho do ex- primeiro casal municipal não foi parar num dos vários órgãos comandados pelo PSD na administração estadual, sendo indicado justo para o gabinete do candidato de Jaques Wagner a governador? Precedentes existem vários.
Por um motivo mais do que simples: Quem pediu a função pública para o filho foi João Henrique, interessado em vê-lo, mais dia, menos dia, se interessar e ingressar na política. E só o ex-prefeito sabe como a decisão do governo de promover a nomeação o contentou. Também por uma razão mais do que simples: contou uma fonte do Palácio Thomé de Souza nessa terça-feira (7/8), que, antes de indicá-lo ao governo, João Henrique tentou emplacar o filho no gabinete do hoje ex-aliado ACM Neto (DEM), prefeito de Salvador. E fez o mesmo com a atual mulher, Tatiana Paraíso. Segundo a mesma fonte, o ex-prefeito gostaria de vê-la dirigindo o IPS (Instituto de Previdência de Salvador). Apesar de reconhecer que Tatiana possui currículo para o posto e que Luís Henrique poderia cumprir um ótimo estágio político em seu gabinete, o prefeito teria denegado os pedidos. Argumentara que a indicação de um e do outro não ficaria nada bem para o início de seu governo.
Mas teria chegado a acenar com a possibilidade de contemplar, na administração municipal, outros colaboradores de João Henrique que conheceu na campanha e pelos quais se afeiçoou e que não guardariam com ele laços de família. João Henrique não teria topado. Viu a resposta, assim como a publicação seguida na imprensa de informações sobre uma suposta herança maldita que teria legado a ACM Neto, como uma declaração de guerra. Portanto, a nomeação do filho para o gabinete do futuro candidato do PT a governador seria também uma excelente resposta à “indiferença” do prefeito que ajudou a eleger.
Por este motivo, João Henrique deve, na medida do possível, tentar ajudar ao novo amigo Rui Costa e de fenestrar ACM Neto no programa de rádio que está prestes a estrear na emissora do deputado federal Marcos Medrado, do PDT, outro partido da base do governo estadual, o que deixa aliados do prefeito preocupados. No íntimo, circula que o governo Jaques Wagner estaria satisfeitíssimo com a nova aliança.
Fonte: Política Livre

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