Os argumentos apresentados à imprensa
pelo Governo do Estado para justificar a exoneração do ex-secretário da
Fazenda, Luiz Petitinga, não convenceram a bancada de oposição na Assembléia
Legislativa. De acordo com o vice-líder da bancada, deputado Gaban, os
argumentos não condizem com a realidade, uma vez que a arrecadação do ICMS na
Bahia, no período da gestão de Petitinga, teve um significativo incremento,
superando, inclusive, a de Pernambuco.
No final do Governo Paulo Souto, a
Bahia tinha 5% da arrecadação do ICMS Nacional, mas, no período de
administração de Carlos Martins, de 2007 a 2011, esse percentual caiu
para 4,4%. Neste período, o ICMS Nacional cresceu em 25 dos 27 estados da
Federação e a Bahia teve o segundo pior índice, ficando atrás somente do Rio
Grande do Sul, também administrado pelo PT. Para se ter uma idéia, em termo de
arrecadação total, de 2006 a 2011, Pernambuco teve um crescimento de
104%, enquanto que a arrecadação na Bahia cresceu apenas 53,51%.
Petitinga começou a mudar esse quadro
em 2012, quando o ICMS da Bahia cresceu 10,97%, segundo dados publicados no dia
30 de julho de 2013, pela Secretaria da Fazenda. E no primeiro semestre deste
ano, cresceu 14,33% em relação ao mesmo período do ano passado.
Fonte: ASCOM deputado Carlos Gaban
(Democratas)
A candidatura de Ruy Costa seria a porta de
entrada para a volta de Wagner
Só não
viu ou ouviu quem não quis. As pistas dadas pelo governador Jaques Wagner sobre
quem deve apoiar para a sua própria sucessão no ano que vem são irrefutáveis.
Em entrevistas seguidas dadas entre a semana passada e a anterior, ele deixou
claro que a primazia para a disputa é de seu partido, o PT, o que significa
dizer que é a legenda que deverá a seu gosto, assim como de todos os petistas,
encabeçar a chapa com que o grupo governista, hoje integrado por mais de uma
dezena de partidos, deve enfrentar as eleições no Estado em 2014.
As
discussões sobre a sucessão na coalizão do governo podem até sair do controle
do governador, principalmente se o cenário nacional continuar desfavorável à
sua candidata, a presidente Dilma Rousseff, e o estadual, à da candidatura do
PT, e ele insistirem em sua defesa, contrariando as evidências de que a decisão
poderá derrotar a todos. Mas também nada indica que, depois de decidido que o
partido que encabeçará a chapa é o seu, o que deve ocorrer até o fim deste ano,
ele tenha motivos para simplesmente recuar com o objetivo de recompor ou ficar
bem com a base.
Wagner
estará no fim do seu segundo mandato, não é a sua pela que está em jogo e cabe
perguntar o que ele ganha se entregar a liderança da disputa a outro partido em
detrimento do PT. Ponto com os aliados? E para quê? Afinal, a cultura gerada
pela reeleição no país é pródiga em casos de traição daqueles que se elegem em
relação aos que os apoiaram no poder e os episódios não estão restritos a
candidatos e apoiadores de partidos diferentes, muito pelo contrário. Mas há
respostas prontas para o caso de Wagner insistir na escolha de seu próprio
partido, mesmo que pareça um suicídio político.
A
primeira é que ele ficará muito bem com os petistas, condição nada desprezível
para quem pode enfrentar ainda muitos desafios pela legenda. A segunda é que o
governador não tem motivos para se afastar do seu nome preferido, que, até
aqui, todo mundo sabe ser Rui Costa, o seu chefe da Casa Civil, a quem deu o
controle da gestão do Estado na expectativa de que não só aprendesse o ofício
como também construísse uma base mínima de relações e uma imagem que tornassem
sua escolha o mais natural possível. Há também uma terceira, articulada às duas
primeiras. Ela indica que, se perder agora com um petista, Wagner não terá
dificuldades para tentar voltar, nas eleições seguintes, com o apoio fechado de
todo o partido.
Escolhendo
Rui Costa, Wagner não tem mais satisfação a dar ao seu PT nem a quem acha que,
mesmo nele, poderia haver opção melhor para a sucessão. É por este motivo que,
vencidos pela realidade de uma escolha já efetuada pelo líder maior da legenda,
os outros três pré-candidatos petistas, se é que o foram efetivamente em algum
momento, um a um, vão, aos poucos, desarmando suas barracas e buscando arrumar
internamente seus planos em outras direções, mostrando que não será obstáculo
algum ao desejo do governador de fazer do seu chefe da Casa Civil o candidato
ao governo.
Conta-se
com o apoio do verdadeiro maestro de toda a orquestra governista, Rui Costa não
pode dizer, por outro lado, que seus problemas acabaram até a campanha – já que
a eleição propriamente dita é outra história e muito diferente. Seu primeiro
grande desafio será, junto com Wagner, montar a chapa governista que os dois
pretendem que encabece. Afinal, hoje existem muitos nomes fora do PT
interessados em assumir o mesmo papel que Wagner escolheu para o seu chefe da
Casa Civil.
Se sua
eleição parecer muito difícil ou mesmo improvável, entretanto, poucos aceitarão
ficar ao seu lado, ainda que não queiram ou temam abrir dissidência ao projeto
governista e liderar outra chapa à sucessão. Mesmo na disputa ao Senado, cujo
resultado é independente daquele ao governo, Rui e Wagner podem ter
dificuldades para encontrar um nome, entre tantos que se colocam disponíveis
hoje no campo do governo. Para a condição de vice, então, nem se fala.
Fonte:
Tribuna
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