O
Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) inicia terça-feira
(29) a penúltima reunião deste ano para definir a taxa básica de juros da
economia (Selic), atualmente em 5,5% ao ano. Na quarta-feira (30), após a
segunda parte da reunião, será anunciada a nova taxa.
A
última reunião deste ano será nos dias 10 e 11 de dezembro. Segundo a última
pesquisa do BC ao mercado financeiro, a previsão é que a Selic caia para 5% ao
ano, nesta semana, e para 4,5% ao ano, em dezembro.
No final de julho, o Copom
iniciou um ciclo de cortes, reduzindo a Selic em 0,5 ponto percentual para 6%
ao ano. Em setembro, a Selic foi reduzida novamente em 0,5 ponto percentual.
“As projeções indicam que a
taxa Selic, depois de chegar a 5,5% em setembro, deva cair ainda mais até o fim
do ano. Muitos fatores podem nortear a próxima decisão do Copom: inflação
corrente persistentemente baixa; expectativa de inflação futura também baixa e
abaixo da meta; além da lenta recuperação da atividade econômica. Esses são os
principais pontos que dão o respaldo ao cenário esperado”, disse o analisa
Rafael Cardoso, economista-chefe da Daycoval Asset Management.
A
taxa básica de juros é o principal instrumento do banco para alcançar a meta de
inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Neste ano, a meta é
4,25%, com intervalo de tolerância entre 2,75% e 5,75%. Para o mercado
financeiro, a inflação calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor
Amplo (IPCA) deve ficar abaixo do centro da meta, em 3,26%. Para 2020, a
previsão também está abaixo da meta (4%), em 3,66%.
Ao reduzir os juros básicos,
a tendência é diminuir os custos do crédito e incentivar a produção e o
consumo. Para cortar a Selic, o Copom precisa estar seguro de que os preços
estão sob controle e não correm risco de ficar acima da meta de inflação.
O Banco Central atua
diariamente por meio de operações de mercado aberto – comprando e vendendo
títulos públicos federais – para manter a taxa de juros próxima ao valor
definido na reunião do Copom.
A
Selic, que serve de referência para os demais juros da economia, é a taxa média
cobrada em negociações com títulos emitidos pelo Tesouro Nacional, registradas
diariamente no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic).
O Copom reúne-se a cada 45 dias. No primeiro dia do encontro, são feitas
apresentações técnicas sobre a evolução e as perspectivas das economias
brasileira e mundial e o comportamento do mercado financeiro. No segundo dia,
os membros do Copom, formado pela diretoria do BC, analisam as possibilidades e
definem a Selic.
Agencia Brasil