O ministro
da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, lamentou nesta quinta-feira, 23, a
decisão da Câmara dos Deputados de retirar o Conselho de Controle de Atividades
Financeira (Coaf) da jurisdição de seu ministério e enviá-lo para a pasta da
Economia.
Em
seu Twitter, o ministro agradeceu aos 210 deputados que votaram pela
permanência do Coaf na alçada da Justiça. "Sobre a decisão da maioria da
Câmara de retirar o COAF do Ministério da Justiça, lamento o ocorrido. Faz
parte da democracia perder ou ganhar. Como se ganha ou como se perde também tem
relevância. Agradeço aos 210 deputados que apoiaram o MJSP e o plano de
fortalecimento do COAF", escreveu o ministro.
Na noite desta terça-feira, 22, a Câmara aprovou, por 228
a 210, a medida provisória da reforma administrativa, que reestruturou a
organização do governo. Entre as medidas, a redução de 29 para 22 ministérios.
Para manter transferir o Coaf da Justiça para a Economia,
parlamentares justificaram que em vários países o órgão de inteligência
financeira é vinculado ao Ministério da Economia e não faria sentido o Brasil
mantê-lo na Justiça apenas para agradar a Moro.
O resultado foi mais uma demonstração de força do Centrão
- DEM, PP, PR, PRB e Solidariedade. Dos 118 parlamentares desses partidos na
sessão desta quarta-feira, 87 votaram contra Moro. Outros 89 votos foram dados
por deputados da oposição (PT, PSOL, PSB, PCdoB e PDT).
Por outro lado, todos do PSL, PV, Podemos, PHS, PMN,
Cidadania e Novo votaram com o governo. Já o PSDB ficou dividido: foram 21 a
favor de Moro e 5 contra. Um dos principais articuladores do Centrão, o líder
do PP na Câmara, Arthur Lira (AL), se limitou a dizer que o "placar fala
por si".
Apesar da derrota do Coaf, o governo conseguiu evitar a
recriação de ministérios. A líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann
(PSL-SP), evitou tratar o resultado como derrota e indicou que o Planalto não
deve tentar revertê-lo no Senado. "É do processo democrático. Agora, é
bola para a frente", disse.
Bastidores
do Poder