Mais de
dois mil municípios do país teriam serviços de telecomunicação cortados caso a Oi,
que está em crise, entre em falência. De acordo com reportagem do jornal O
Globo, 37% do total de cidades do país dependem dos serviços da empresa para
acesso a telefonia fixa, celular e internet. Neste cenário, 46 milhões de
linhas de celular, 14 milhões de telefones fixos e cinco milhões de pontos de
acesso à banda larga seriam afetados.
As informações constam em documento do governo sobre a crise da concessionária.
“2.051 municípios estão em risco de apagão imediato dos serviços de voz e
dados”, diz trecho do texto.
Para evitar o cenário, A Advocacia-Geral da União (AGU) lidera
negociações entre a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a Justiça e
possíveis investidores para encontrar uma solução conjunta entre credores e
Conselho de Administração.
O documento alerta, ainda para a alta dependência da rede da Oi
para que concorrentes, como Vivo, Claro e TIM, forneçam servicos.
"Praticamente todo o tráfego telefônico do Brasil, exceto no Estado de São
Paulo, passa pela rede da Oi. O mais preocupante, porém, é o nível de
dependência das outras empresas Brasil afora. Todas as teles dependem da Oi em
algum grau. Assim, um problema na Oi afetaria não só os seus clientes, mas
também os de outras empresas que alugam a rede da Oi e dependem da infraestrutura
da concessionária para oferecer os serviços de voz e dados", explica fonte
do governo.
A crise na concessionária começou quando a tele comprou a Brasil
Telecom (BrT) em 2010. Com o negócio, a dívida da Oi aumentou, após a
descoberta de passivos bilionários relativos à BrT. Em 2014, se uniu a Portugal
Telecom e herdou rombo bilionário, em euros. A empresa está em recuperação
judicial desde junho de 2016, com débitos de cerca de R$ 64 bilhões.
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