Entre
os anos de 2003 e meados de 2013, um pacto desenvolvimentista que, grosso modo,
aliava trabalhadores e setor produtivo, promoveu o crescimento da economia e do
emprego no Brasil. Mas, como efeito da crise mundial, o esfriamento da economia
e a mudança da matriz econômica para um perfil mais liberal levou ao rompimento
da cooperação entre as classes. Vimos enfraquecer o mercado interno e aumentar
o desemprego e o empobrecimento da população.
Tentativas
para que a situação fosse revertida, como o acordo esboçado pelas centrais
sindicais e líderes empresariais no documento “Compromisso pelo
Desenvolvimento”, em dezembro de 2015, não tiveram condições de prosperar em
meio à crise política. Mas seus ideais ainda estão no ar. Nosso atual desafio
passa pela retomada da aliança entre os trabalhadores e a burguesia industrial.
Neste
sentido, ontem, 22, as centrais sindicais estiveram reunidas com a Fiesp, com a
Abimac e a Fecomércio, entre outras entidades empresariais, para construir uma
pauta comum pelo desenvolvimento econômico e pela geração de emprego. Além de
iniciativas como esta, precisamos, também, incentivar propostas que resgatem a
ideia de nação brasileira, já que a atual crise nos afeta espiritualmente.
Nos
referimos a propostas como o “Manifesto Pela União Nacional”, lançado em julho
de 2017 pelo ex-ministro Aldo Rebelo, que busca superar divisionismos políticos
e sociais e a “enganosa dicotomia entre Estado e Mercado” e propõe a “união de
amplas forças políticas, econômicas e sociais” para a “afirmação nacional” e a
“superação da crise atual”, e como o “Projeto Brasil Nação”, lançado em abril
de 2017 pelo economista Luiz Carlos Bresser-Pereira, que propõe repensar o País
sob os pilares da democracia, da liberdade, do desenvolvimento e da diminuição
da desigualdade.
Cabe
a nós, cidadãos, sindicalistas, estudantes, empresários, que precisamos e
queremos um País forte e pulsante, debruçarmo-nos sobre os rumos que nosso país
tem tomado e assumir uma atitude propositiva sobre o futuro.
João
Carlos Gonçalves – Juruna
Secretário-geral
da Força Sindical e vice-presidente dos Metalúrgicos de São Paulo