Além da inauguração, os 36
anos da Lei da Anistia, que devolveu os direitos políticos a presos e exilados
perseguidos pelo regime militar, foram marcados pela publicação do decreto
estadual que prorrogou a atuação da Comissão Estadual da Verdade (CEV-BA). Quem passa pela Praça do Campo da Pólvora em
direção ao Fórum Ruy Barbosa ou às estação do metrô a partir de agora encontra
um marco que preserva a memória dos baianos e brasileiros que tombaram na luta
por liberdade entre 1964 e 1985. Foi inaugurado, nesta sexta-feira (28), o
Monumento aos Mortos e Desaparecidos Políticos na Bahia. A solenidade faz parte
da programação da Semana da Anistia. A obra assinada pelo artista plástico Ray
Viana é uma realização do Comitê Baiano Pela Verdade e do Grupo Tortura Nunca
Mais Bahia, com patrocínio do Governo do Estado.
Além da inauguração, os 36
anos da Lei da Anistia, que devolveu os direitos políticos a presos e exilados
perseguidos pelo regime militar, foram marcados pela publicação do decreto
estadual que prorrogou a atuação da Comissão Estadual da Verdade (CEV-BA). O
grupo, que de acordo com o decreto de criação encerraria as atividades na
próxima segunda-feira (31), terá até 31 de dezembro para finalizar o relatório.
Até agora, a comissão já ouviu 93 depoimentos de ex-presos políticos e vítimas
de tortura e apurou centenas de documentos de arquivos nacionais e estaduais
sobre o período.
Com quatro metros de altura,
o monumento traz a frase ‘Aos baianos mortos e desaparecidos e a outros
brasileiros que aqui tombaram na luta pela liberdade e contra a ditadura’, e
ainda lista os nomes de 32 personagens que lutaram contra o regime militar.
Entre os homenageados está Carlos Marighella. "Era chegada a hora da Bahia
prestar uma homenagem a estes heróis", disse Carlos Augusto Marighella,
filho do líder comunista e ex-parlamentar baiano morto em 1969. Representando o
governador Rui Costa, o secretário da Casa Civil, Bruno Dauster, destacou o
simbolismo do monumento em praça pública. "É um símbolo de que não podemos
esquecer, de que essa é uma luta permanente do povo brasileiro e de todos
aqueles que prezam pela democracia como nós prezamos".
Para o presidente do Grupo
Tortura Nunca Mais, o ato é o momento mais importante da Semana da Anistia.
"Este é um marco de uma política pública de preservação da memória e da
luta pela democracia e pela liberdade que estamos implantando. Colocar este
monumento no centro de Salvador, em um local onde houve outras revoltas e
perseguições, é um marco de uma história que continua".
Secom - Secretaria de Comunicação Social - Governo
da Bahia