O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim
Barbosa, que esteve em Israel para receber o título de doutor honoris causa da
Universidade Hebraica de Jerusalém, neste domingo, afirmou que “política no
Brasil se tornou uma coisa desagradável”.
O que parece é que essa avaliação vem confirmar sua falta de
vontade em disputar qualquer cargo eletivo. “Nada em vida pública me encanta
mais”.
Segundo Barbosa, que ficou conhecido pelo grande público com
o julgamento do mensalão, o país “aprendeu muito” com o escândalo que
financiava deputados da base aliada do PT com recursos desviados de contratos
públicos.
“No Brasil, os operadores do sistema de Justiça têm
mecanismos de defesa. Juízes têm garantias de independência muito forte. O
Ministério Público também, sem interferência de governo”, disse o ministro
aposentado.
No entanto, o ex-presidente do STF se recusa a falar sobre o
julgamento que lhe trouxe fama: “Quanto ao mensalão, isso é coisa do meu
passado. Agora estou em outra”.
Joaquim Barbosa, que abriu uma empresa de palestras e tem se
apresentado no Brasil e no exterior desde que deixou o cargo em 2014, depois de
11 anos de Supremo, afirmou que os críticos do Judiciário “esperneiam”, mas não
vão conseguir que ele deixe de cumprir seu papel de vigia do poder, destacou o
jornal Folha de São Paulo.
“Existe instituições que são permanentes, independem de que
esteja ali no momento político e assume o poder temporariamente. Ele tem que
ser vigiado”, disse o magistrado.
Barbosa foi escolhido para receber o título honoris causa, o
primeiro internacional de sua carreira, juntamente com o ex-presidente de
Israel Shimon Peres, o ministro do Exterior da Alemanha, Frank-Walter
Steinmeier, e o presidente do Museu do Holocausto, Avner Shalev.
O ministro aposentado do Supremo Tribunaln Federal, que foi
indicado pela Sociedade Brasileira dos Amigos da Universidade Hebraica de
Jerusalém para receber o título de doutor, foi descrito pelos organizadores
como “proeminente figura pública cuja história do triunfo sobre a desigualdade
e a firme oposição à corrupção tem inspirado milhões”.
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