Os orangotangos são uma espécie de primata que teve sua
população reduzida à metade nos últimos 60 anos. Devido ao desmatamento, à caça
e à conversão de florestas em terrenos para atividade agropecuária, o número
desses animais chega hoje a apenas 20 mil em todo o mundo.
Ainda assim, espécimes são capturados para servirem como
diversão e para fins lucrativos na Tailândia e na Indonésia. Os machos são
treinados e colocados para se enfrentarem em ringues de boxe, enquanto as
fêmeas são usadas como escravas sexuais em bordéis nos dois países do Sudeste
Asiático.
É o caso de Pony, uma fêmea resgatada em 2003 por membros da
ONG Borneo Orangutan Survival (BOS), que salvaram a orangotango de uma casa de
prostituição em Bornéu, na Indonésia. Pony estava acorrentada a uma cama,
raspada, lavada, com batom nos lábios e perfumada quando foi encontrada.
Segundo a veterinária espanhola Karmele Llano, membro da BOS,
a prática de bordéis usarem esses animais como diversão sexual para seus
clientes é muito comum. O resgate da primata só foi possível graças à
contratação dos serviços de mais de 30 policiais, que invadiram o local e foram
ameaçados com facas pelos proprietários do estabelecimento.
Hoje, a orangotango mora na ilha fluvial Bangamat, onde vive
com outros seis exemplares de sua espécie, todos salvos de situações parecidas.
Bangamat é uma das três ilhas utilizadas pelas associações de defesa animal
para a reintegração de espécimes à natureza.
Os caçadores capturam os animais ainda jovens em Sumatra ou
Bornéu, muitas vezes matando a mãe para pegar os filhotes. Segundo a associação
Orangutan Conservancy, os orangotangos podem ser extintos em apenas 10 anos,
caso continuem a acontecer casos como o de Pony.
Font Info