Uma despedida melancólica da
Seleção Brasileira nesta Copa do Mundo. Em Brasília, a pobreza do futebol da
equipe de Scolari ficou evidente mais uma vez. Neste sábado, coube à Holanda
aproveitar os erros e vencer com facilidade, por 3 a 0 (Robin van Persie, Daley
Blind e Wijnaldum), e garantir o terceiro lugar do Mundial. Com outra atuação
pífia, caem por terra as estapafúrdias explicações da comissão técnica, durante
essa semana, de que a humilhante derrota para a Alemanha, no Mineirão, por
incríveis 7 a 1, foi fruto de um “apagão de alguns minutos”.
Repetiu-se a desorganização
em campo vista em Belo Horizonte. Mesmo mexendo (Maxwell, Paulinho, Ramires,
William e Jô entraram como titular), Felipão não conseguiu corrigir as muitas
falhas do time. A defesa desnudou ainda mais sua fragilidade. Os espaços e os
buracos em campo facilitaram a vida dos holandeses, que não contaram com o
carrasco Sneijder, que sentiu dores musculares ainda no aquecimento e deu lugar
a Jonathan de Guzman. No primeiro gol da Holanda, logo aos dois minutos, Robin
van Persie acionou Robben, nas costas da defesa. O camisa 11 saiu na cara de
Julio Cersar, mas foi deslocado por Thiago Silva fora da área. O árbitro,
contudo, errou e marcou pênalti. Van Persie não desperdiçou a penalidade máxima
e colocou os holandeses na frente: 1 a 0. Chamou atenção a liberdade que Robben
teve em campo. O melhor jogador da Holanda, que em tese deveria ser o mais
visado pela marcação, teve espaço de sobra. Com a qualidade que tem, ele soube
aproveitar. O craque holandês iniciou a jogada do segundo gol. Aos 15 minutos,
ele abriu o jogo para De Guzmán, na direita, que cruzou com liberdade. Em mais
uma falha da defesa, David Luiz cortou muito para o meio da área. Daley Blind
dominou com tranquilidade e chutou forte com a canhota para vencer Julio Cesar:
2 a 0.
O meio campo, por sua vez,
foi um deserto de ideias. A primeira oportunidade do Brasil nasceu em uma
jogada individual de Oscar aos 21 minutos. O meia conduziu a bola pelo meio,
tirou os defensores e chutou para a defesa de Cillessen. No segundo tempo,
Hernanes, Fernandinho e Hulk entraram. Pouca coisa mudou. O Brasil chegou muito
mais pela vontade e pelas jogadas individuais do que pelas tramas coletivas. A
síntese de um time sem organização. A Holanda, por sua vez, administrou o
resultado e se expôs pouco. Defendeu com sabedoria e, muitas vezes, se poupou.
No fim do jogo, ainda marcou o gol derradeiro, com Wijnaldum. Ele recebeu
cruzamento da direita e, com muito espaço, finalizou de primeira: 3 a 0. A nota
positiva foi o comportamento do torcedor. Na maior parte do tempo, os 68.034
presentes no estádio Mané Garrincha apoiaram os comandados de Luiz Felipe
Scolari, mesmo com uma atuação ruim nesta despedida da Copa do Mundo.