Em meio a tensões no Brasil
e no exterior, o dólar aproximou-se de R$ 5,90 e voltou a bater recorde. O
dólar comercial encerrou esta terça-feira (12) vendido a R$ 5,866, com
alta de R$ 0,042 (+0,71%). Este é o maior valor nominal (sem considerar a
inflação) desde a criação do real.
O euro comercial fechou a R$
6,37, com alta de 1,26%. A libra comercial encerrou o dia vendida a R$ 7,22,
com alta de 0,54%.
O dólar estava em queda até
pouco antes das 15h, quando se encerrou a exibição, na sede da Polícia Federal,
do vídeo de uma reunião ministerial realizada no fim de abril. O vídeo é
parte do inquérito que investiga declarações do ex-ministro da Justiça e
Segurança Pública Sergio Moro. Na máxima do dia, por volta das 16h, encostou em
R$ 5,89. A divisa acumula alta de 46,17% em 2020.
O Banco Central (BC)
interferiu pouco no mercado. A autoridade monetária fez um leilão de contratos
novos de cerca de US$ 500 milhões de swap cambial – que equivalem à
venda de dólares no mercado futuro.
Nos últimos dias, os
investidores têm repercutido a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom)
do Banco Central de reduzir a Selic (taxa básica de juros) para 3% ao ano. Além
de reduzir a taxa além do estimado, o BC indicou que pretende promover novo
corte de até 0,75 ponto percentual em junho, o que poderia levar a Selic para
2,25% ao ano.
Juros mais baixos tornam
menos atrativos os investimentos em países emergentes, como o Brasil,
estimulando a retirada de capitais estrangeiros. As tensões políticas internas
também interferiram no mercado. Além da exibição do vídeo da reunião
ministerial, os investidores estão atentos às negociações para o veto a artigos
da lei de ajuda a estados e municípios que exclui categorias de servidores do
congelamento salarial por 18 meses.
O dia foi marcado por perdas
no mercado de ações. O índice Ibovespa, da B3 (bolsa de valores brasileira),
fechou esta terça-feira aos 77.872 pontos, com queda de 1,51%. O indicador
estava em alta até por volta das 15h, mas passou a operar em queda nas horas
finais de negociação. O Ibovespa fechou no menor nível desde 24 de abril.
Além das tensões políticas
no Brasil, o Ibovespa foi afetado pelo mercado externo. Influenciado pelo
aumento de casos de coronavírus em países que relaxaram as restrições sociais,
como a Alemanha e a Coreia do Sul, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York,
encerrou o dia com perda de 1,89%.
A bolsa norte-americana
também foi afetada pelo aumento nas tensões comerciais entre Estados Unidos e
China, depois que um grupo de senadores norte-americanos apresentou um projeto
de lei com sanções comerciais contra o país asiático.
Há várias semanas, mercados
financeiros em todo o planeta atravessam um período de nervosismo por causa da
recessão global provocada pelo agravamento da pandemia do novo coronavírus. Nos
últimos dias, os investimentos têm oscilado entre possíveis ganhos com o
relaxamento de restrições em vários países da Europa e em regiões dos Estados
Unidos e contratempos o combate à doença.
Edição: Nádia Franco/Agencia
Brasil
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