Um dia depois de o presidente Jair Bolsonaro voltar a
desrespeitar e a atacar o distanciamento social, o novo ministro da Saúde,
Nelson Teich, afirmou que a política oficial do governo federal é a de
manutenção dessa medida para enfrentar a pandemia.
"A
gente tem deixado claro que não existe uma mudança de política em relação ao
distanciamento, tem de ser mantido", disse Teich nesta segunda-feira (4),
após visita ao Comando Militar da Amazônia (CMA), em Manaus. "Neste
momento, a política de distanciamento não foi mudada."
As declarações de Teich repetem o roteiro do seu
antecessor, Luiz Henrique Mandetta, demitido por Bolsonaro após defender
enfaticamente o isolamento, medida criticada reiteradas vezes pelo presidente. Como
tem sido a praxe, neste fim de semana, Bolsonaro voltou a desafiar o isolamento
social e a promover aglomerações. No sábado (2), ele visitou duas cidades de
Goiás, onde cumprimentou apoiadores e gerou tumulto. No dia seguinte,
cumprimentou simpatizantes reunidos em frente à Praça dos Três Poderes.
Aos
apoiadores, Bolsonaro repetiu o discurso de que as medidas de isolamento estão
destruindo os empregos. "É inadmissível", afirmou. Para ele, o efeito
colateral das restrições pode ser mais "danoso" do que o próprio
coronavírus.
A chegada de Teich ao Amazonas coincide com mais um novo
recorde de novos casos confirmados em 24 h, 621 registros neste domingo (3). O
total de mortos chega a 548, e 1.901 se recuperaram da doença no estado.
A agenda de Teich em Manaus inclui visita a hospitais e
encontros com o governador Wilson Lima (PSC) e Arthur Virgílio Neto (PSDB).
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