Pela primeira vez, o Brasil registrou em 24 horas mais de cem
mortes pela covid-19. O número de casos confirmados saiu de 12.056 para 14.049,
conforme o Ministério da Saúde. Foram 1.993 novos casos notificados e as mortes
pelo novo coronavírus passaram de 553 para 688.
Há
pessoas infectadas em todos os Estados e só Tocantins ainda não registrou
morte. Com base na comparação entre infecções e mortes, o índice de letalidade
está em 4,9%. Apesar dos números em ascensão, o total de pessoas infectadas é
ainda maior. O País enfrenta problemas de oferta de testes que comprovam a
contaminação mesmo para os casos considerados suspeitos, e o governo reconhece
a subnotificação.
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou
ontem que fez contato com o governo da China em busca de um "esforço
comum" para trazer equipamentos de saúde ao Brasil durante a pandemia do
novo coronavírus, outro gargalo do sistema. E voltou a dizer que, em alguns
casos, será necessário enviar aviões brasileiros para viabilizar o transporte.
Pouco antes, o embaixador da China, Yang Wanming, contou, pelo Twitter, que
conversou com Mandetta por telefone e eles concordaram em reforçar a cooperação
bilateral.
Isolamento:
Mandetta
negou ontem que tenha relativizado a importância do isolamento social para
conter o avanço do novo coronavírus ao definir critérios para que Estados e
municípios relaxem regras de distanciamento. Mandetta explicou que as
orientações foram formalizadas a pedido de gestores locais. Segundo ele, a
ideia foi definir parâmetros, uma vez que as cidades não são afetadas da mesma maneira.
"A última quarentena foi em 1917. Não existia uma porção de coisas que
existem hoje. Temos cidades com nenhum caso e paralisia total de suas
atividades."
As
instruções são para que, a partir de segunda, as regiões troquem o isolamento
amplo pelo seletivo (restrito a grupos de risco) se menos da metade da
capacidade de atendimento tiver sido comprometida. "Estados e municípios
têm toda a capacidade de avaliar seu contexto", disse o secretário de
Vigilância, Wanderson de Oliveira.
A avaliação e a transição ficarão a critério dos
prefeitos e dos governadores. A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão
(PFDC) cobrou ontem explicações do ministro da Saúde sobre as fundamentações
técnicas para esse afrouxamento.
As informações são do jornal O Estado de S.
Paulo.
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