O
afastamento social necessário como prevenção ao Covid-19 já chega há um mês e
ainda não há uma previsão de término. Diante desse quadro, cresce a preocupação
com o que fazer para que os principais atingidos com a medida – os idosos – não
tenham sua saúde física e mental afetada.
Os idosos que com algum problema de saúde que os
inviabiliza de um contato social mais ativo podem não sentir tanta dificuldade
durante a quarentena, mas para aqueles que estão acostumados a sair, cuidar de
afazeres e ter uma vida social mais intensa podem apresentar quadros de
ansiedade, depressão e outros transtornos, como detalha o psiquiatra e
psicogeriatra da Holiste, André Gordilho.
“É necessário que haja uma adaptação. O idoso que está
acostumado a cuidar de sua vida doméstica e financeira pode continuar fazendo
isso, de forma remota, pela internet. Pode ser até um novo aprendizado para
ele, nesse momento. Também é importante que a família mantenha contato, seja
por telefone ou pela internet, e também que esse contato de forma remota possa
ser mantido com amigos e pessoas do convívio do idoso”, aponta André Gordilho.
O psicogeriatra irá responder perguntas e fornecer
informações sobre como cuidar da saúde mental dos idosos durante a pandemia, em
uma Live promovida pela Holiste Psiquiatria (@holistepsiquiatria) na próxima
terça-feira, dia 21, às 19h30. As Lives são mantidas semanalmente no mesmo dia
e horário pela clínica, abordando temas associados à saúde mental, durante a
pandemia de Covid-19.
A psicóloga do Núcleo da Terceira Idade da Holiste,
Raíssa da Silveira, destaca a importância de manter os idosos estimulados
durante a quarentena, prevenindo um declínio cognitivo e físico, o que atua
diretamente na manutenção da autonomia e independência e consequentemente na
qualidade de vida e saúde mental do idoso.
“Pode-se manter atividades que eles já fazem dentro de
casa, como cozinhar, arrumar o local, cuidar dos netos, consertarem algum
objeto, resolver pendências. Aos que ainda trabalham, se possível seguir em
home office é o ideal. Também á aconselhável adaptar o que eles fazem fora à
rotina dentro de casa, como se exercitar, realizar atendimentos terapêuticos
online, caso ele faça estimulação cognitiva, terapia, e até consultas a médicos
clínicos. Também é possível assistir à missa pela televisão e fazer uso da
tecnologia para manter as relações sociais”, indica Raíssa.
Outra dica dos especialistas é estimular os idosos a
jogar, ler, estudar, pintar, costurar, tocar um instrumento, planejar uma
viagem futura, ou seja, se engajar em atividades que podem ser feitas em casa e
que o estimulem.
“Vale lembrar que mais importante do que se encher de
atividades é o idoso ter uma função no lar e nas relações, se sentir útil e
ativo. Também não adianta querer que ele faça coisas que nunca fez, não tem
costume, não gosta e não fazem sentido pra ele. A construção de uma rotina
durante o isolamento é fundamental para se organizar, otimizar o tempo e não
ficar ansioso, mas precisa ser feita com a participação do idoso ou por ele
mesmo, perguntando lhe como acha que deve ser, o que deseja fazer e se tem
interesse em incluir algo novo”, conclui a psicóloga.
Litiane de Oliveira
Líder de Contas/atcom
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