Após
negociação com o Senado, o ministro Paulo Guedes (Economia) elevou para R$ 120
bilhões o pacote de socorro aos estados e municípios na crise do coronavírus,
sendo R$ 60 bilhões de repasse direto para o caixa de governadores e prefeitos.
Em
meados de abril, a proposta apresentada pela equipe econômica previa uma ajuda
financeira de R$ 77,4 bilhões, com R$ 40 bilhões de transferência direta. Mas o
plano de Guedes foi considerado tímido, principalmente diante do projeto
aprovado pela Câmara, considerado pelo governo como uma pauta-bomba por ter
alto potencial de gasto público.
Por
isso, o governo federal teve que ceder e ampliar o valor previsto, inclusive
para os repasses diretos, que têm efeito no Orçamento. Governadores e prefeitos
pedem ao Palácio do Planalto mais dinheiro para enfrentar a Covid-19 e para
manter a máquina pública funcionando. Com a queda da economia, a receita dos
estados e municípios está caindo e alguns gestores dizem que logo ficarão sem
recursos para pagar salários.
Principal
ponto em discussão, o valor dos repasses a governadores e prefeitos foi elevado
para R$ 60 bilhões, a serem pagos em quatro parcelas que saem direto do caixa
do Tesouro e vão para o caixa dos governos regionais. A nova versão do pacote
de auxílio foi entregue aos senadores de forma eletrônica pelo presidente do
Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), no começo da tarde desta quinta-feira (30). A
ideia é votar a proposta neste sábado (2).
No
relatório, o governo propõe que R$ 10 bilhões sejam repassados diretamente para
o enfrentamento ao coronavírus - R$ 7 bilhões aos cofres de estados e do Distrito
Federal e R$ 3 bilhões aos dos municípios.Para completar o repasse, o governo
sugere que o montante de R$ 50 bilhões seja distribuído de duas formas, sendo
R$ 25 bilhões distribuídos diretamente aos estados e ao DF e os outros R$ 25
bilhões, a municípios.
A distribuição será feita segundo a regra de proporção,
levando em consideração critérios mistos, como as perdas de ICMS (imposto
estadual) e de ISS (municipal) causadas pela pandemia e o número de habitantes.
O governo não descarta uma reavaliação desses valores caso a crise fiscal dos
governos regionais se agrave.
O projeto prevê ainda a suspensão dos pagamentos de
dívidas de estados e municípios com a União neste ano, além de permitir a
renegociação de dívidas com bancos públicos e organismos internacionais.Com
essas medidas, o governo calcula que haverá um alívio de cerca de R$ 60
bilhões. Portanto, o impacto do pacote é de aproximadamente R$ 120 bilhões,
segundo técnicos do Ministério da Economia.
Como
contrapartida ao aumento do plano de socorro, o governo exige que seja feita
uma alteração na LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal), a fim de que os gestores
fiquem impedidos de criar despesas obrigatórias, como conceder reajustes ao
funcionalismo público pelos próximos 18 meses. Com isso, o governo alega que
haverá uma economia de R$ 130 bilhões nas contas públicas.
Economia &
Negócios
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