Além
disso, mais da metade delas (52%) não está trabalhando no momento e apenas 31%
são assalariadas com carteira assinada. Entre as que estão trabalhando, 62%
ocupam cargos operacionais, enquanto 14% têm um cargo gerencial. Mais da metade
dos que trabalham ocupam funções no setor de comércio (54%), seguido por
atividade social (19%) e prestação de serviços (15%).
“Mais
da metade das pessoas que nós entrevistamos estão fora do mercado de trabalho.
Dois em cada dez nunca trabalharam, o que é um percentual relevante também. No
geral, não há falta de pessoas com deficiência querendo trabalhar. Mas
precisamos aprender a valorizar as qualidades. O fato da pessoa ter uma
deficiência não significa que ela não consegue atuar”, disse Patricia Pavanelli,
diretora de Contas da Área de Opinião Pública, Política e Comunicação do Ibope
Inteligência.
Outro
aspecto apontado pela pesquisa é que os entrevistados avaliam que o mais
importante quando se fala em oportunidade de emprego é o plano de carreiras
(18%), seguido pela vaga compatível com o perfil (14%), o salário (13%) e a
acessibilidade dentro da empresa (12%). “O trabalho para essas pessoas
significa dignidade, autonomia financeira e possibilidade de uma vida melhor”,
disse Patricia.
Lei de Cotas:
A
pesquisa Pessoas com Deficiência e o Mercado de Trabalhou apontou ainda que
nove em cada dez entrevistados (89%) apontaram a Lei de Cotas (lei de
contratação de deficientes nas empresas) como importante para o ingresso das
pessoas com deficiência no mercado de trabalho. E para 82%, a Lei de Cotas
ainda contribuiu para aumentar o poder aquisitivo das pessoas com deficiência.
“A
Lei de Cotas é fundamental na vida dessas pessoas. A pesquisa demonstra o
quanto ela ajuda a dar visibilidade às pessoas com deficiência, a luta pela
igualdade e a promoção dessas pessoas no mercado de trabalho”, disse Patrícia.
Deslocamento:
Para
se deslocar para o seu local de trabalho, as pessoas com deficiência gastam, em
média, cerca de 2 horas e 38 minutos por dia, considerando ida e volta. Quase a
totalidade dessas pessoas utiliza o transporte público (93%).
“Essa
é uma pesquisa de percepção. Mas pesquisas com a população em geral mostram que
vem diminuindo um pouco o tempo de deslocamento na cidade de São Paulo, que
gira em torno de duas horas. E com essa população [de pessoas com deficiência]
estamos falando em quase duas horas e quarenta minutos. A maior parte dos
entrevistados mora nas zonas leste e sul da capital paulista, que são as zonas
mais populosas da cidade. Mas os trabalhos estão localizados na zona central.
Isso demonstra que, assim como a população em geral, a pessoa com deficiência
tem mais dificuldade na questão da locomoção”.
A
pesquisa ouviu 510 pessoas da cidade de São Paulo e região metropolitana, entre
julho e setembro do ano passado.
Agencia Brasil
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