María de
los Ángeles Arriola Ramírez é, desde o último dia 6, a nova diretora do
Departamento de Imigrações do Paraguai, responsável pelo controle de entrada e
saída de estrangeiros no país. Ela assumiu o cargo dois dias depois de
Ronaldinho Gaúcho e o seu irmão, Assis, entrarem no país com passaportes falsos
e de o antigo diretor, Alexis Penayo, renunciar ao cargo sem dar explicações.
Ángeles
foi promovida ao posto pelo presidente Mario Abdo Benítez com a missão de
"colocar a casa em ordem". Nesta entrevista ao Estado, ela diz que
dois funcionários do órgão estão sendo investigados pelo Ministério Público
para saber o motivo de terem liberado a entrada de Ronaldinho Gaúcho mesmo
ciente de que os documentos eram falsos.
Segundo Ángeles, outro funcionário que trabalhava em um
posto na fronteira com a Argentina é investigado por ter manejado os documentos
originais antes da fraude. A diretora evita dizer que Ronaldinho Gaúcho faz
parte de uma organização criminosa, como o MP apura, mas afirma que o
brasileiro deveria pelo menos desconfiar do passaporte que recebeu. O
ex-jogador e o irmão estão presos desde o dia 6 em presídio de segurança
máxima, em Assunção.
O caso
Ronaldinho trata-se de um documento autêntico com conteúdo falso. Ronaldinho e
seu irmão não deram entrada em nenhum trâmite no Departamento de Imigrações.
Dois funcionários que receberem Ronaldinho e o irmão no aeroporto estão sendo
investigados pelo Ministério Público para saber o motivo de terem liberado a
entrada de ambos se sabiam que os documentos eram falsos. Os funcionários viram
os documentos e notaram que eram falsos. Um deles disse que, quando viu muita
gente no aeroporto, se emocionou com o Ronaldinho e acreditava que tratava-se
de uma cidadania honorífica.
Uma
naturalização significa que Ronaldinho não seria mais brasileiro. O Paraguai
não tem acordo de dupla cidadania com o Brasil. O documento que ele portava diz
que Ronaldinho é paraguaio naturalizado. O funcionário alega que viu muitas
pessoas com Ronaldinho no aeroporto, inclusive crianças. Então, ele imaginou
que Ronaldinho teria algum tipo de tratamento especial das autoridades
paraguaias para entrar no país como cidadão paraguaio naturalizado. Mas, para
conseguir a naturalização, é preciso viver no mínimo três anos no nosso país e
só somente a Corte Superior de Justiça dá essa autorização.
Caderno dos
Esportes
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