Em seu
discurso anual de prestação de contas, o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro,
afirmou que as Forças Armadas venezuelanas estão prontas para "arrebentar
os dentes" do Brasil e da Colômbia em caso de uma agressão militar por
parte desses países, segundo relato da agência EFE.
"Se
se atrevem, vamos arrebentar seus dentes, para que aprendam a respeitar a Força
Armada Nacional Bolivariana e o povo de [Simón] Bolívar", declarou na
terça-feira (14), diante da Assembleia Nacional Constituinte, composta apenas
por governistas.
Maduro disse ainda que conhece os "planos
imperiais" da "oligarquia colombiana" e do presidente brasileiro
Jair Bolsonaro.No mesmo discurso, Maduro se declarou disposto a aceitar o
acompanhamento da ONU (Organização das Nações Unidas), da União Europeia e de
outros órgãos internacionais durante as eleições da Assembleia Legislativa de
2020, ainda sem data para ocorrer.
Maduro descartou, no entanto, receber a OEA (Organização
dos Estados Americanos) e o seu respectivo secretário-geral, Luis
Almagro. "Portas abertas ao acompanhamento internacional. Welcome,
welcome!", disse Maduro, segundo a AFP. "Quem não entrará nesse
país é Luis Almagro, aquele canalha (...). OEA e Almagro não entrarão nunca
mais na Venezuela", afirmou.
A
Organização dos Estados Americanos (OEA) atuou como observadora durante as
últimas eleições presidenciais na Bolívia e apontou irregularidades que
culminaram na renúncia de Evo Morales, um dos principais aliados de
Maduro.
Maduro
também disse estar aberto para que o Poder Eleitoral, acusado pela oposição de
servir ao chavismo, possa "prestar mais apoio" durante as eleições
legislativas. Por lei, a prestação de contas do presidente deve ser feita
na Câmara, único poder controlado pela oposição no país. Porém, na prática a
Assembleia Constituinte assumiu essa função depois que a sede do Legislativo se
tornou um órgão rejeitado pelo governo.
A oposição, cujos principais partidos políticos
boicotaram as eleições presidenciais de 2018, ainda não decidiu se participará
do processo eleitoral prestes a acontecer. O líder da oposição, Juan
Guaidó, que em 23 de janeiro do ano passado reivindicou a presidência interina
da Venezuela - reconhecido por mais de 50 países, incluindo o
Brasil- exige uma nova eleição presidencial. A maioria da oposição
legislativa considera Maduro um "usurpador", acusando-o de ser
reeleito de forma fraudulenta.
Poder & Política
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