A Comissão de Agricultura e Política
Rural da Assembleia Legislativa da Bahia vai enviar documento com o resumo das
propostas apresentadas na audiência pública para o Ministério da Agricultura. Cerca
de 30 anos após o início da Vassoura de Bruxa, os impactos da doença no cultivo
ainda são sentidos pelos produtores baianos. Nesta terça-feira (03), ocorreu
uma audiência pública para discutir as demandadas e os potenciais da cacauicultura
no estado. O debate foi proposto pelo vice-presidente da Comissão de
Agricultura e Política Rural da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) e líder
do partido Democratas, deputado estadual Sandro Régis. Após a introdução da
presidente da comissão, deputada Jusmari Oliveira (PSD), Régis presidiu a
audiência.
O parlamentar baiano aponta que a
produção do Cacau é extremamente importante para a Bahia. Para Régis, é
necessário fomentar a atividade para restabelecer o peso do produto na economia
do estado e, especialmente, da região cacaueira, no sul da Bahia.
“A região está se reorganizando e se
revitalizando, mas para isso precisamos de uma série de etapas para serem
discutidas e efetivadas. A primeira delas é a renegociação da dívida. Os
produtores devem ter oxigênio para que possam investir em tecnologia e melhoramento
genético para que a região volte a produzir. Essa é a questão fundamental para
fazer a região voltar a ser um forte expoente de produção e geração de emprego
no nosso estado”, apontou o deputado.
Os produtores concordam com a
necessidade de incentivo para a atividade. Cacauicultor da região de Wenceslau
Guimarães e Gandu, Ruy Souza conta que os produtores deve receber não só
negociação de dívida, mas conseguir obter mais crédito.
“Está sem crédito há 30 anos, desde a
vassoura de bruxa. Trabalhar sem crédito desvaloriza a região. Tudo
desvaloriza. Precisa ter uma visão do governo estadual e federal para que se dê
crédito e tecnologia com assistência técnica para desenvolver a atividade”,
afirmou.
Ruy Souza ainda ressaltou que a força
dos produtores foi a grande responsável pela a manutenção do cultivo na Bahia,
mas que é necessário haver apoio político.
“A audiência de hoje é muito
importante, nós não vamos conseguir nada sem os políticos. Temos que cobrar
deles o que desejamos e eles vão atrás do que for possível”, pontuou.
De acordo com dados do Instituto
Brasileiro de Geografia e Pesquisa, a colheita de quilogramas por hectare na
Bahia passou de 600 Kg, em 1989, para 285 Kg, no ano passado. Durante a
palestra, o diretor geral da Comissão Executiva do Plano da Lavoura do Cacau
(Ceplac), Guilherme Galvão, explicou que o cacau é a cultura que mais emprega
na Bahia.
“O estado da Bahia tinha que ser
muito grato pelo cacau, nós merecemos o respeito dos governantes para melhorar
a nossa região. Precisamos do apoio dos deputados federais e estaduais para que
a Ceplac preste o mínimo de assistência para o setor”, afirmou. “O produtor do
Nordeste tem que tem diferença de tratamento dos outros produtores”, completou.
Para reverter a situação do cultivo,
o superintendente da Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste
(Sudec), Nelson Fraga Filho, apresentou um programa de recuperação da lavoura
cacaueira baiana. Na apresentação, ele demonstrou que existem propostas para a
renegociação das dívidas já existentes dos produtores e para a concessão de
mais crédito. Com base na apresentação do superintendente aliada aos
apontamentos dos produtores e das autoridades do setor presentes na audiência
desta terça, a assessoria técnica da comissão de Agricultura vai construir, em
conjunto com o gabinete do deputado Sandro Régis, um documento para
reestruturar a cultura do cacau na Bahia.
De acordo com com a presidente da comissão,
deputada Jusmari Oliveira, o texto deve ser analisado na próxima reunião da comissão, na terça (10),
e enviado para Ministério da Agricultura, a bancada da Bahia no Congresso
Nacional e para a Secretaria do Tesouro Nacional.
Ascom/ Depudado do estadual Sandro Regis
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