O ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva enviou uma carta ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ),
para agradecer a atuação do deputado na semana passada.
Maia e parlamentares de partidos de centro e centro-direita atuaram para que o
STF (Supremo Tribunal Federal) derrubasse a decisão da juíza federal Carolina
Lebbos que autorizou a transferência do petista de Curitiba para uma
unidade prisional em São Paulo.
Por
10 votos a 1, o plenário do STF vetou a ida do petista para o seu estado
de origem. "Manifesto que assisti a uma oportuna e inequívoca
demonstração de defesa das garantias individuais e do Estado democrático de
Direito", escreveu Lula. A mensagem foi entregue a Maia pela bancada
do PT na Câmara. Citando nominalmente os líderes partidários que estiveram no
Supremo na semana passada, Lula agradeceu o que chamou de "gesto de
solidariedade" e disse que, "com fé no Brasil", tem "a
certeza de que ainda vamos reencontrar a Justiça, a prosperidade e a
paz".
Na
última quarta (7), logo após a decisão de Lebbos, uma comitiva de
deputados saiu a pé do Congresso e atravessou a Esplanada em direção ao Supremo
para uma audiência com o presidente da corte, ministro Dias Toffoli. Além de
parlamentares de partidos da oposição, como PT, PSOL, PDT, PC do B e PSB,
também estavam presentes deputados influentes de partidos do
chamado centrão, como Arthur Lira (PP-AL), Wellington Roberto (PR-PB),
Paulinho da Força (SD-SP) e Marcelo Ramos (PL-AM), este último ex-presidente da
comissão especial da Previdência.
Advogado,
o vice-presidente da Câmara, Marcos Pereira (PRB-SP), foi ao Supremo
representando a Casa, a pedido de Maia. A transferência de Lula foi um pedido
do superintendente da Polícia Federal em Curitiba, Luciano Flores, que
argumentou que a prisão do petista altera a rotina do prédio da PF.
No
plenário, Maia, parlamentares de partidos de centro e até do PSDB criticaram a
decisão de Lebbos.O deputado Joaquim Passarinho (PSD-PA) afirmou estranhar a
decisão da juíza. "Apesar de nunca ter votado nele, acho que [Lula] é um
ex-chefe de Estado e merecia um outro tratamento", disse. Para ele, tocar
no assunto mais de um ano depois parece "perseguição à toa."
Maia respondeu, concordando. "Tem toda razão,
deputado", afirmou. O presidente da Câmara se colocou à disposição
"para que o direito do ex-presidente seja garantido."
Depois, a jornalistas, Maia disse que é preciso
"tomar cuidado". "Eu acho que já estava lá [Lula] há
bastante tempo para fazer uma mudança sem estar organizado. Se fosse mudar para
São Paulo se organizasse um lugar em São Paulo que pudesse dar as mesmas
garantias, condições."
Bastidores do Poder
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