O ministro
Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu arquivar nesta
segunda-feira, 26, um processo movido pelo presidente do Conselho Federal da
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, contra o presidente
Jair Bolsonaro.
Bolsonaro
apresentou no mês passado uma versão sobre a morte do pai do presidente da OAB
que não tem respaldo em informações oficiais.
Bolsonaro
afirmou que Fernando Santa Cruz foi morto por correligionários na década de
1970. A declaração contraria uma lei vigente e uma decisão judicial que
reconhecem a responsabilidade do Estado brasileiro no sequestro e
desaparecimento do então estudante de direito, em 1974.
Ao
Supremo, Bolsonaro negou que tenha tido a intenção de ofender quem quer que
seja, muito menos a dignidade do presidente da OAB e de seu pai, Fernando
Augusto de Santa Cruz Oliveira.
"Quanto à forma em que teria se dado a morte do pai
do interpelante (presidente da OAB), o interpelado (Jair Bolsonaro) apenas
afirmou que, segundo suas próprias convicções, formuladas a partir de conversas
que circulavam à época, esta teria decorrido de ação de pessoas (ou grupo)
político a que pertencia", escreveu a Advocacia-Geral da União (AGU), ao
entregar a manifestação de Bolsonaro sobre o caso.
"Do
mesmo modo, não se pode extrair das declarações do interpelado o animus de
ofender quem quer que seja, muito menos a dignidade do interpelante ou do seu
pai", informou o órgão.
Segundo o Estadão/Broadcast Político apurou, Bolsonaro
foi aconselhado por auxiliares a "virar a página" e a não apresentar
esclarecimentos ao STF sobre as declarações envolvendo o pai do presidente da
OAB. Um dos temores era o de que, ao responder ao STF, o presidente alimentasse
a polêmica e desse ainda mais visibilidade ao caso.
"O requerente (presidente da OAB) tem acesso direto
às explicações prestadas no processo eletrônico, de modo que tenho por cumprida
a finalidade cautelar (art. 729 do CPC, c/c art. 3o do CPP) e julgo extinto o
feito", determinou Barroso.
Bastidores
do Poder
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