O vice-presidente
Hamilton Mourão defendeu hoje (15), que, após aprovação da reforma da
Previdência, o próximo passo do Congresso deve ser a reforma política. De
acordo com Mourão, o Brasil não tem um sistema político e isso é difícil de
conceber tal a fragmentação partidária.
“Hoje,
lá dentro do Congresso, na Câmara dos Deputados, temos 26 partidos
representados, apenas dois partidos têm mais de 50 deputados, em torno de sete
têm entre 30 e 40 e o restante são partidos com dez ou oito deputados, então, é
extremamente fragmentado o nosso Congresso, não é fácil lidar com isso aí. Os
partidos deixaram de representar o pensamento da sociedade como um todo. Acho
que todos aqui entendem perfeitamente que o ideal é que tivéssemos cinco
partidos, quando muito sete, que representassem as diferentes espécies de
pensamento que temos dentro da nossa sociedade”, disse ao participar da
abertura do II Rio Money Forum, na Fundação Getulio Vargas (FGV).
O vice-presidente defende o sistema político com voto
distrital, que ,para ele, seria também uma forma de baratear as eleições. “É a
minha opinião para a eleição ficar mais barata”. Mourão disse que o governo
Bolsonaro assumiu tendo que atacar dois grandes problemas da economia
brasileira, que são a questão fiscal e a agenda de produtividade. “Na questão
fiscal, teve que buscar o equilíbrio. Então, qual era a primeira coisa para
buscar o equilíbrio fiscal? A reforma da Previdência. Felizmente ela está
encaminhada. Não da forma como nós, governo, gostaríamos, mas existe um velho aforismo
no meio militar que diz que o ótimo é inimigo do bom. Então, vamos ter uma
reforma boa, não uma ótima. Daqui a cinco, seis anos, nós vamos estar novamente
discutindo isso aí. Agora, não poderíamos passar por cima disso aí de forma
nenhuma, senão a garotada que está aqui ia trabalhar até o fim da sua vida”,
disse.
Para
o vice-presidente, a reforma da Previdência não é a solução dos problemas, mas
a abertura para resolver a questão fiscal e a retomada da economia. “É como se
o Brasil estivesse dentro de uma garrafa e o gargalo é a reforma da
Previdência. Temos que sair por esse gargalo para que se crie um ambiente de
estabilidade, e estabilidade gera confiança. É isso que está sendo buscado”.
Mourão acrescentou que outra forma de resolver o desnível
fiscal é a venda de estatais. “Se a empresa está dando prejuízo, e o governo
não tem condição de arcar com aquilo, tem que vender. Então, vamos privatizar
aquilo que deve ser privatizado”, disse, ressaltando ainda que não haverá
contratações.
“Não vamos contratar ninguém pelos próximos anos. Vamos
fazer uma diminuição do tamanho do Estado, de forma branda. A medida que as
pessoas forem se aposentando não vamos contratar ninguém até que a gente
consiga equilibrar as nossas contas”.
Mourão
defendeu uma agenda de produtividade, que passa pela infraestrutura do país.
“Nós temos uma das mais baixas produtividades do mundo. Temos uma
infraestrutura que parou no tempo. Grande parte do que temos hoje foi
construído no tempo do governo militar, depois não se construiu mais nada.
Nossas estradas, tudo mundo sabe como elas são, ferrovias sumiram, portos,
aeroportos. Nós temos navegação de cabotagem. Temos um litoral de 7.500
quilômetros cheios de portos e transportamos uma carga do Rio Grande do Sul
para o Rio Grande do Norte em lombo de caminhão. Essa nossa infraestrutura tem
que ser melhorada”, defendeu.
O vice-presidente defendeu também a reforma tributária.
“Temos uma um sistema tributário caótico. Estamos pagando hoje 32%, 33% do PIB
de impostos. Isso penaliza os mais pobres. Porque os impostos incidem na comida
e na bebida. A turma mais pobre é que sofre com essa carga. Temos que organizar
o sistema, porque há uma quantidade de impostos”, disse, lembrando que há
diferentes propostas na Câmara e no Senado, além da defendida pelo governo.
Com informações da Agência Brasil
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