O plenário
da Câmara aprovou nesta quarta-feira (5), em dois turnos, a Proposta de Emenda
à Constituição (PEC) do Orçamento Impositivo. Pelo texto, o governo federal
fica obrigado a liberar a verba de emendas parlamentares de bancada para ações
previstas no Orçamento. As chamadas emendas de bancada são as apresentadas por
deputados e senadores de cada estado para ações específicas naquela unidade da
Federação.
O substitutivo apresentado
pelo relator, deputado Carlos Henrique Gaguim (DEM-TO), manteve o texto
aprovado no Senado em abril e, dessa forma, segue para promulgação do
Congresso.
Pelo texto, será aplicado
percentual de 0,8% da receita corrente líquida (RCL) em 2020, em vez de 1%,
como aprovado pela Câmara. Somente a partir do segundo ano (2021) após a
promulgação da norma, será de 1% da RCL. Metade dos recursos será
obrigatoriamente destinada a obras estruturantes. Os compromissos de anos
anteriores ainda não pagos, os chamados restos a pagar, poderão ser
considerados para fins de cumprimento da execução das emendas, mas agora sem
limite definido – o Senado aprovou até 0,5% da RCL, mas o substitutivo da comissão
especial não cita números.
“A nova abordagem do papel
do orçamento público implica o compromisso de devolução à sociedade de bens e
serviços, em contrapartida à tributação, cabendo sua aplicação plena às
programações que integram programas temáticos ou finalísticos”, justificou o
relator da proposta na Câmara.
As emendas impositivas de
bancadas estaduais são amparadas desde 2016 pela Lei de Diretrizes
Orçamentárias (LDO), que muda todos os anos. O Orçamento deste ano destinou R$
169,7 milhões por bancada, a serem distribuídos em até seis emendas de execução
obrigatória.
As
emendas parlamentares são recursos do Orçamento que o Congresso direciona para
obras e benfeitorias nas cidades brasileiras. Em geral, os deputados e
senadores direcionam esses recursos para suas regiões de origem. Hoje as
emendas individuais já são consideradas impositivas. O que a PEC faz é estender
essa obrigação para as emendas das bancadas estaduais e do Distrito Federal.
Para o deputado Hélio Leite
(DEM-PA), a proposta representa "não só recursos para Municípios e para o
Estado, mas representa a independência deste Poder tão importante para a
Nação".
"Esta PEC é importante,
porque dá a cada município aquilo que é preciso ter: mais recursos, mais
condição para que possa investir na saúde, educação, segurança, agricultura, no
esporte, na cultura e no lazer”, avaliou.
Agencia
Brasil
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