Após
analisar por um ano 120 grupos de WhatsApp, pesquisadores da Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG) descobriram que as correntes de mensagens que
continham fake news sobre política atingiam mais usuários do que as conversas
com desinformação de outros assuntos. O conteúdo enganoso de política também
suscitou discussões mais longas e mais duradouras no aplicativo. Os autores da
pesquisa identificaram ainda um aumento significativo nas conversas políticas
com dados falsos perto das eleições. “Teve um pico enorme. O momento político
favoreceu a discussão com fake news no WhatsApp”, disse um dos coautores do
estudo, Josemar Alves, pesquisador de Ciência da Computação da UFMG. Estudos
sobre desinformação no WhatsApp ainda são raros por causa da natureza privada
do aplicativo. As mensagens enviadas são criptografadas de ponta a ponta, o que
quer dizer que não podem ser lidas por terceiros. Para driblar essa
dificuldade, os pesquisadores selecionaram aleatoriamente na internet links de
grupos públicos – aqueles em que qualquer um pode participar com uma URL de
convite. Os autores de “Caracterizando cascatas de atenção em grupos de
WhatsApp” coletaram 1,7 milhão de mensagens trocadas por 30,7 mil usuários
nesses grupos entre outubro de 2017 e novembro de 2018. A maioria tinha
discussão com temática política: 78 dos 120 grupos.
Estadão
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