Políticos experientes dizem que o empoderamento do Congresso
não é uma retaliação ao governo do presidente Jair Bolsonaro, mas uma forma de
buscar o equilíbrio com os demais poderes. O orçamento autorizativo e as
medidas provisórias, afirmam, conferem ao presidente um poder imperial.
"O
Congresso, neste caso, não pratica o 'toma lá, dá cá', mas exerce a boa
iniciativa de recuperar uma prerrogativa que promova o equilíbrio entre os
poderes", observa o ex-deputado Miro Teixeira (Rede-RJ), que exerceu 11
mandatos. Ele defende o fim do presidencialismo de coalizão como outra medida
que vai melhorar a imagem do Congresso. "No Brasil isso se transformou em
cooptação. Se o presidente entrar nisso ele começa capitão e termina refém."
Autor da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que
limita a edição, hoje ilimitada, de medidas provisórias em cinco, o senador
Randolfe Rodrigues (Rede-AP) também enxerga uma oportunidade para que o
Congresso abandone a prática "de trocar apoio por emendas e cargos e se
coloque como o principal formulador de políticas públicas".
"Quanto mais o Parlamento demonstrar que tem força,
prestígio e competência para exercê-las, melhor. Esse momento é propício a
isso", disse o vice-presidente do Senado, Antonio Anastasia (PSDB-MG),
coautor do projeto que limita as MPs. Bolsonaro já editou nove.
"O Congresso está mais empoderado do que se imagina.
Ele decide todas as pautas, não só em relação ao governo, mas também ao
Judiciário. E esse poder veio graças à escolha do presidente de tentar montar
uma base aliada com as bancadas temáticas", afirmou o líder do PSL na
Câmara, Delegado Waldir (PSL-GO).
Bastidores
do Poder
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