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terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Discurso antipolítica de Bolsonaro emperra aprovação da reforma, diz Maia



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O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) disse nesta terça-feira (26) que um dos obstáculos para o presidente Jair Bolsonaro aprovar pautas como a reforma da Previdência é o seu discurso antipolítica. Segundo ele, se a votação da reforma da Previdência ocorresse hoje na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) o governo perderia.
"O problema é que o presidente está refém do discurso dele de campanha", disse Maia em seminário do banco BTG Pactual, na capital paulista.
Para Maia é improdutivo o discurso de contrapor "nova política" e "velha política", que contribui para uma erosão das relações com os congressistas.
"A questão é construir uma aliança. A gente não pode menosprezar a política, criminalizar a política em todos os momentos", continuou.
Segundo Maia, até o início de junho ou primeira quinzena de julho, os parlamentares estarão prontos para votar a proposta, mas para isso é preciso uma boa articulação.
"Se a gente sabe que é um processo de construção porque pressa em instalar a comissão se vou ter isso organizado lá para segunda quinzena de março? Vamos dar tempo ao tempo para que as coisas se organizem e para que 15 dias não representem derrota da reforma da Previdência", afirmou.
Segundo ele, o movimento de olhar uma coisa de longo prazo com uma ansiedade de curto prazo é coisa do mercado financeiro.
"Talvez a pressa possa derrotar a reforma, daí não tem dez anos de economia", disse.
Segundo Maia, não é possível saber quantos votos o governo teria hoje para aprovar a reforma porque a sua base está em formação.
"Hoje eu digo que o governo tem o PSL na sua base e não tem mais partido algum", afirmou. A articulação do governo precisa melhorar, disse.
Para Maia, não adianta querer colocar o DEM nessa base sem compreender que o partido sozinho não resolve o problema do governo -seria preciso trazer mais 10 ou 12 partidos para aprovar a Previdência.
"Ir sozinho para a base do governo, como sugeriu o Caiado [Ronaldo Caiado, governador de Goiás], é uma precipitação, um erro de avaliação de como forma a base no parlamento brasileiro", disse.  
Maia disse que atender a agenda das bancadas temáticas não significa que eles vão votar a reforma da Previdência e alertou que a nova formação da Câmara tem uma oposição mais forte ao governo do que a existente na gestão passada, de Temer. "O governo precisa olhar o Parlamento com um cuidado grande."
O presidente da Câmara também fez críticas à comunicação do governo sobre a reforma, que ele considera estar lenta. "A comunicação precisa ser mais ágil", afirmou. "Já está muito atrasado."
"As redes sociais são muito rápidas. A contaminação é quase que instantânea. Eu vejo com muita preocupação esse erro [...], não ter preparado as redes com essa guerrilha", afirmou Maia.
Bastidores do Poder

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