pós
reunião com ministros e representantes da Aeronáutica, o presidente Jair
Bolsonaro anunciou que não vetará a fusão da Embraer com a Boeing. A informação foi confirmada em nota (leia abaixo) pelo
Palácio do Planalto no início da noite desta quinta-feira (10).
Na
última sexta-feira (4), Bolsonaro chegou a colocar em dúvida um dos pontos do
acordo entre Boeing e Embraer, o que derrubou em 5% as ações da fabricante
nacional de aviões e acendeu o sinal amarelo nas duas companhias. O presidente
disse estar preocupado com a possibilidade de a nova empresa a ser formada
pelas duas fabricantes deixar de ter participação brasileira no futuro.
"Logicamente,
nós precisamos, seria muito boa essa fusão, mas não podemos... Como está na
última proposta, daqui a cinco anos tudo pode ser repassado para o outro lado.
A preocupação nossa é essa. É um patrimônio nosso, sabemos da necessidade dessa
fusão até para que ela consiga competitividade e não venha a se perder com o
tempo", disse Bolsonaro no dia 4 de novembro.
Na
segunda-feira (7), o ministro do GSI (Gabinete de Segurança
Institucional), general Augusto Heleno, afirmou nesta segunda-feira (7)
que o governo não pensava em interromper o negócio entre as duas empresas. O
governo tem direito de vetar negócios da Embraer por meio de uma ação
especial chamada "golden share".
Pela
proposta entregue em 17 de dezembro, a Boeing pagará US$ 4,2 bilhões aos
brasileiros para formar a NewCo. Os 20% remanescentes serão
da Embraer, embora ela possa se desfazer deles a qualquer momento -um
movimento preventivo, segundo observadores do mercado, já que a participação
na NewCo é uma das garantias de entrada de dinheiro na "velha Embraer",
que ficará com a divisão de defesa e de jatos executivos da atual empresa.
Também
será criada uma joint venture específica para a comercialização de novos
contratos do cargueiro militar KC-390, um dos produtos mais promissores
da Embraer nesse setor. Essa companhia terá 51% de controle
brasileiro, uma medida que agradou aos militares. Isso e a manutenção da
produção de defesa totalmente nacional garantiram o aval ao negócio pelo
governo.
"Em reunião realizada hoje com o Exmo. Sr.
Presidente Jair Bolsonaro, com os Ministros da Defesa, do GSI,
das Relações Exteriores, da Ciência e Tecnologia, Inovações e Comunicações; e
representantes do Ministério da Economia e dos Comandos da Marinha, do Exército
e da Aeronáutica foram apresentados os termos das tratativas entre EMBRAER (privatizada
desde 1994) e BOEING.
O Presidente foi informado de que foram avaliados
minuciosamente os diversos cenários, e que a proposta final preserva a
soberania e os interesses nacionais. Diante disso, não
será exercido o poder de veto (Golden Share) ao negócio.
Secretaria Especial de
Comunicação Social da Presidência da República"
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