Eleito
presidente do Brasil com votação expressiva de evangélicos, Jair Bolsonaro já
se declarou católico. Nos últimos anos, no entanto, o futuro comandante do
Executivo nacional mudou suas diretrizes religiosas e caminhou ao encontro dos
anseios de um segmento que cresce no país.
Alguns
fatos específicos devem ser ressaltados quando se analisa a preferência por
Bolsonaro por parte do eleitor evangélico. A opinião é do antropólogo
Ronaldo de Almeida, que coordenou uma pesquisa sobre o voto evangélico, fruto
de parceria entre Unicamp e Cebrap.
“O primeiro
e o principal sinal foi o seu batismo no rio Jordão (Israel), em 2016, feito
pelo pastor Everaldo (presidente nacional do PSC), logo após o impeachment.
Depois, ele sinalizou com a mulher e os filhos evangélicos, colocou citações
bíblicas no programa [de governo], colocou a palavra Deus no lema de sua
campanha e, principalmente, adotou a pauta relativa às questões de sexualidade,
gênero e reprodução", pontuou ao Uol.
Almeida
destaca que o apoio de líderes evangélicos como Silas Malafaia e Edir Macedo
não foi fator decisivo junto aos fiéis.
"Lá pela metade do primeiro turno, quando houve o
apoio de lideranças ao Bolsonaro, como o Edir Macedo e outros tantos, o povo
evangélico, na verdade, já tinha ido com ele. Essas declarações de voto foram
muito mais uma chancela do que uma recondução do voto em direção a
Bolsonaro", analisa.
Bastidores do Poder
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