Rufino
andava com a pulga atrás da orelha. Cismou que o vizinho, conhecido por Baiano,
estava de olho comprido na sua mulher. Coisa bastante improvável, porque a
Tonha do Rufino era feia demais da conta. Porém, a mulher ficou envaidecida,
com a possibilidade de estar sendo cobiçada, e com isso jogou mais lenha na
fogueira:
- Ô Rufino, hoje cedo, condo ieu fui panhá água lá no rio, o Baiano tava mim zoiano lá de riba do barranco. —
- Aquele fedazunha tá de zóio cumprido nocê Tonha?
- Ih...num é di hoji qui ele fica mi negaciano de lonje...
Aquilo era uma afronta! Feia ou bonita, a Tonha era única mulher que ele tinha, era dele, de mais ninguém. Isso atingiu os brios do Rufino, que achou por bem tirar satisfação com o vizinho que veio da Bahia trabalhar ali na Beira da Serra: —
- Num sei du qui o sinhô Rufino ta falano não, oxente! —
- Óia, nóis, minêro, num tulera isso di jeito nenhum. Ieu vô insiná ocê a mexê cum muié dos otro. —
- Nunca oiei pa mulé casada, inda mais mulé feia qui nem a sua sinhora. Credo! —
- Óia, óia... Num ofende a minha Tonhazinha, sinão ieu te deito o braço é agora memo! Tá iscutano, Sô Baiano? - Disse o Rufino exaltado. —
- Vai simbora pra casa, homi de deus... Ieu num quero batê no senhor, Sô Rufino. Nóis dois já semo home de idade. —
- Tá cum medo de apanhá di ieu, é? O sinhô vei lá de longe pa querê robá muié dos otro?
Tanto o Rufino caçou que acabou achando. O baiano partiu para a briga...
Bem mais tarde, na casa do Rufino, a Tonha passava café com sal e vinagre no que sobrou do marido:—
- Credo, mô beinzinho! O Baiano istragô ocê dimais da conta, heim?
O Rufino com a voz fraca custou a balbuciar: —
- É memo, di fato, ieu tô bem pisado. Mais é qui ocê num viu ele, Tonha. —
- Cumé qui ele tá? Cê machucô ele munto, bateu dimais?
Tentando resgatar um pouco sua dignidade: —
- Ieu bati tanto... Mais bati tanto naquele baiano disgramado, qui pr´ele iscapá, é só pru Deus...Sô pru Deus memo!
- Ô Rufino, hoje cedo, condo ieu fui panhá água lá no rio, o Baiano tava mim zoiano lá de riba do barranco. —
- Aquele fedazunha tá de zóio cumprido nocê Tonha?
- Ih...num é di hoji qui ele fica mi negaciano de lonje...
Aquilo era uma afronta! Feia ou bonita, a Tonha era única mulher que ele tinha, era dele, de mais ninguém. Isso atingiu os brios do Rufino, que achou por bem tirar satisfação com o vizinho que veio da Bahia trabalhar ali na Beira da Serra: —
- Num sei du qui o sinhô Rufino ta falano não, oxente! —
- Óia, nóis, minêro, num tulera isso di jeito nenhum. Ieu vô insiná ocê a mexê cum muié dos otro. —
- Nunca oiei pa mulé casada, inda mais mulé feia qui nem a sua sinhora. Credo! —
- Óia, óia... Num ofende a minha Tonhazinha, sinão ieu te deito o braço é agora memo! Tá iscutano, Sô Baiano? - Disse o Rufino exaltado. —
- Vai simbora pra casa, homi de deus... Ieu num quero batê no senhor, Sô Rufino. Nóis dois já semo home de idade. —
- Tá cum medo de apanhá di ieu, é? O sinhô vei lá de longe pa querê robá muié dos otro?
Tanto o Rufino caçou que acabou achando. O baiano partiu para a briga...
Bem mais tarde, na casa do Rufino, a Tonha passava café com sal e vinagre no que sobrou do marido:—
- Credo, mô beinzinho! O Baiano istragô ocê dimais da conta, heim?
O Rufino com a voz fraca custou a balbuciar: —
- É memo, di fato, ieu tô bem pisado. Mais é qui ocê num viu ele, Tonha. —
- Cumé qui ele tá? Cê machucô ele munto, bateu dimais?
Tentando resgatar um pouco sua dignidade: —
- Ieu bati tanto... Mais bati tanto naquele baiano disgramado, qui pr´ele iscapá, é só pru Deus...Sô pru Deus memo!
Fonte:
Esapaço do Produtor
Nenhum comentário:
Postar um comentário