Mais de 40% de crianças e
adolescentes de até 14 anos vivem em situação domiciliar de pobreza no Brasil,
o que representa 17,3 milhões de jovens. Em relação àqueles em extrema pobreza,
o número chega a 5,8 milhões de jovens, ou 13,5%. O que caracteriza a população
como pobre e extremamente pobre é o rendimento mensal domiciliar per capita de
até meio e de até um quarto do salário mínimo. Os dados são da publicação
“Cenário da Infância e da Adolescência no Brasil”, da Fundação Abrinq. O estudo
relaciona indicadores sociais aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
(ODS), da Organização das Nações Unidas (ONU), compromisso global para a
promoção de metas de desenvolvimento até 2030, do qual o Brasil é signatário
junto a outros 192 países.
Vergonha baiana: Em
relação à renda, o Nordeste e o Norte continuam apresentando os piores
cenários, com 60% e 54% das crianças, respectivamente, vivendo na condição de
pobreza, enquanto a média nacional é de 40,2%. Na Bahia o cenário é ainda pior,
com 60,8% dos jovens na pobreza. Isso significa que suas famílias vivem com
menos de R$ 450 por mês. Outros 24,7% estão na extrema pobreza, tendo apenas R$
220 por mês. No total, 85,5% dos jovens da Bahia enfrentam condições miseráveis
no período em que deveriam estar se desenvolvendo. A pobreza acaba gerando
violência. O relatório mostra que 18,4% dos homicídios cometidos no Brasil em
2016 vitimaram menores de 19 anos, um total de 10.676. A maioria (80,7%) foi
assassinada por armas de fogo, sendo mais ainda no Nordeste (85%). Falta
educação o NE tem a maior proporção de homicídios de crianças e jovens por
armas de fogo do país, superando de longe a taxa nacional, de 19,8%. A
violência é a consequência da falta do investimento nas outras políticas
sociais básicas. Os outros índices influenciam diretamente a violência. Se há
investimento para manter crianças e adolescentes na escola até completar a
educação básica aos 17 anos, se há espaços esportivos e atividades culturais,
essa violência diminui. Os péssimos números da Bahia têm a ver diretamente com
a educação. Enquanto no país 65,5% das crianças chegam ao 3º ano do Fundamental
sabendo escrever, na Bahia só 45,3% conseguem. Na leitura, a taxa nacional é de
77,8%, a baiana 62,6%. Em matemática, a taxa nacional é de 42,9% e a da Bahia,
22,2%. Analfabetos no Brasil, 8%, na Bahia do Topa, 13,5%.
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