Ex-técnico
da seleção brasileira de ginástica artística, Fernando de Carvalho Lopes deixou
o cargo há quase dois anos por causa de uma denúncia de assédio sexual por
parte dos pais de um menino menor de idade treinador por ele num clube de São
Paulo. Em reportagem divulgada no último domingo (29), 40 atletas e ex-atletas
afirmaram ter sido vítimas, e dez levaram o caso à Justiça. Em todos os casos,
o ex-treinador foi acusado de aproveitar a pouca idade para tocá-los
insistentemente. Petrix Barbosa, campeão pan-americano por equipes em 2011, foi
o único a falar abertamente sobre o assunto. “Fernando foi meu primeiro
técnico, o Mesc foi meu primeiro clube, onde comecei a ginástica. Essa pressão
psicológica num moleque de 10, 11 anos… Banho junto, me espiar… Já acordei com
ele, não sei quantas vezes, com a mão dentro da minha calça”, disse. “Ele
sempre perguntava como estava o nosso desenvolvimento. Ele precisava acompanhar
o nosso crescimento para poder mudar o treino. E ele pedia para mostrar o
pênis”, completou Petrix, que hoje treina nos Estados Unidos. A reportagem
ouviu mais de 80 pessoas, entre atletas, família e dirigentes. “Ele pedia para
me masturbar e ejacular na frente dele”, diz um ex-atleta, que pediu para não
se identificar. Fernando Lopes, por sua vez, negou as acusações. “Acho que eu
tive o problema de muitas vezes misturar, achar que era mais do um técnico.
Isso talvez tenha dado uma margem de interpretação errada. Eu tenho minha
consciência limpa: nunca estuprei, nunca molestei ninguém da forma como está
sendo colocado”, disse.
Bahia
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