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quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

BC corta juro e afirma fim de flexibilização


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O Comitê de Política Monetária cortou a taxa básica de juros (Selic) em 0,25 ponto percentual, para 6,75% ao ano, como o mercado já precificava, e sinalizou que irá encerrar o ciclo de queda da Selic.
“Para a próxima reunião, caso o cenário básico evolua conforme esperado, o Comitê vê, neste momento, como mais adequada a interrupção do processo de flexibilização monetária”, destacou o comunicado do Copom.

A economista do Banco Santander ,Tatiana Pinheiro, avalia que a postura do Banco Central (BC) no informe de ontem está em linha com as expectativas da instituição, que projeta uma Selic terminando 2018 a 6,75%, a menor taxa desde a estabilização de preços no Brasil, em 1999. Para 2019, o Santander projeta juros a 8,5%, enquanto o BC indica uma taxa a 8%.
Pinheiro analisa que o BC deixou claro que a sua estratégia principal é interromper o ciclo de cortes nos juros e que o mais provável é que não haja reavaliação desta decisão neste ano.
No entanto, a economista não deixa de observar a ponderação da autoridade monetária no comunicado. “Essa visão [de encerramento do ciclo] para a próxima reunião pode se alterar e levar a uma flexibilização monetária moderada adicional, caso haja mudanças na evolução do cenário básico e do balanço de riscos”, afirmou o Copom.
Para Pinheiro, pode-se esperar uma nova queda dos juros em um cenário no qual a inflação fique muito abaixo do que vem sendo projetada.
O economista-chefe do Banestes, Eduardo Velho, também afirma que, caso a projeção do BC para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2019 recue para baixo da estimativa atual do BC (4,2%), é possível, sim, que o Copom reavalie sua estratégia atual. No entanto, o economista afirma que o mais provável é que não ocorra grandes mudanças na reunião de março do comitê. Ou seja, de que os juros se mantenham em 6,75% no final desse trimestre.
Cenário externo
O comitê destacou no comunicado que, apesar da volatilidade recente das condições financeiras nas economias avançadas, o cenário externo tem se mostrado favorável, na medida em que a atividade econômica cresce globalmente. “Isso tem contribuído, até o momento, para manter o apetite ao risco em relação às economias emergentes”, disse.
No entanto, alguns especialistas pontuam que o BC precisará ter mais cautela daqui para frente com a tendência de um aumento mais acelerado da taxa básica de juros dos Estados Unidos, do que o que vinha sendo estimado nos últimos meses. O receio é que ocorra fuga de capitais do Brasil para o EUA, provocando, desta forma, uma desvalorização do real perante o dólar.

“A Bolsa de Nova York ficou bastante estressada na última segunda-feira, caiu bastante por conta dos dados de aumento salarial. A partir desse evento, o mercado começou a projetar que o Fed [Federal Reserve], ao invés de elevar os juros três vezes neste ano, deve aumentar quatro”, afirma o coordenador do Centro Macro Brasil da Fundação Getulio Vargas (FGV), Marcelo Kfoury.
Para ele, uma nova queda da Selic em março dependerá da aprovação ou não da reforma da Previdência Social, da trajetória da inflação brasileira e da dinâmica da economia norte-americana. “Se a inflação continuar muito baixa e se o real não for muito para cima de R$ 3,30, mesmo não aprovando a reforma da Previdência, cria-se espaço para mais um corte nos juros”, diz ele.

“Quem vai desempatar esse jogo é a situação internacional”, reforça o professor. Para ele, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve continuar em um patamar baixo. “A inércia inflacionária está impedindo que os preços da economia subam. O salário mínimo está muito baixo e o preço de boa parte dos alimentos está no negativo”, observa.


Economia & Negócios 

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