O presidente Michel
Temer indicou a aliados nesta quarta-feira, 15, que pretende fazer uma reforma
ministerial por fases ao invés de trocar, de uma só vez, todos os ministros que
desejam disputar as eleições de 2018. Temer já havia começado a sondar
ministros em reuniões sobre o tema, mas partidos da base governista reagiram,
preocupados com a disposição do presidente de mudar os titulares da Esplanada
dos Ministérios de forma antecipada, já em dezembro. A ideia é que as trocas
comecem no próximo mês, mas um segundo bloco de ministros pode deixar o governo
em março, seguindo o calendário eleitoral.
"Não passa pela cabeça dele (Temer) mexer em 17
ministérios. Ele sabe que tem que resolver, mas não é trocando 17 ministros num
momento como esse. Vai fazer em duas etapas, acho que uma primeira fase e
depois em março, que é o prazo fatal de quem é candidato, e todo mundo está
preparado para isso. Tem ministro que nem sabe se vai ser mesmo candidato ou
não", disse o vice-líder do governo, deputado Beto Mansur (PRB-SP), que
conversou com Temer no avião presidencial durante a viagem para Itu (SP).
Mansur afirmou que Temer está numa rodada de conversas com os
ministros, presidentes dos partidos e lideranças e admitiu a necessidade de
mexer na "desproporcionalidade" do PSDB - o partido comanda três
pastas após a saída de Bruno Araújo das Cidades.
Reservadamente, auxiliares de Temer e ministros ponderam que
ainda planejavam faturar politicamente com ações do governo no início do ano
que vem. Os ministros que pretendem se candidatar a cargos eletivos (de
governador, senador ou deputado) são obrigados por lei a se desincompatibilizar
seis meses antes do primeiro turno e trabalhavam com esse prazo. Também
desconforta aos alvo de investigação no Supremo - e não detentores de mandato -
antecipar a perda do foro privilegiado.
O Palácio do Planalto quer promover as substituições apenas
depois de tentar aprovar na Câmara dos Deputados a reforma da Previdência. A
intenção do governo é usar a troca como contrapartida para garantir votos de
apoio à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287, que altera as regras de
aposentadorias.
Poder & Política
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