O fim dos privilégios a servidores públicos será uma das "cláusulas
pétreas" durante as negociações do novo texto da reforma da Previdência,
indicou ontem o deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), relator da proposta.
Ele fez um discurso feroz contra as regras que permitem que funcionários
públicos se aposentem mais cedo e ganhando mais do que trabalhadores da
iniciativa privada. Outro ponto "imexível", segundo ele, será a
fixação da idade mínima, embora não tenha garantido que permanecerá a exigência
nos patamares de 62 anos para mulheres e 65 anos para homens.
Além desses dois pontos, todo o resto será negociado, inclusive
o trecho que pretendia elevar o tempo mínimo de contribuição para a
aposentadoria de 15 para 25 anos. Segundo apurou o Estadão/Broadcast, na
quarta-feira, 8, foi batido o martelo para a retirada de mudanças no Benefício
de Prestação Continuada (BPC), pago a pessoas de baixa renda - idosos e
portadores de deficiência - e na aposentadoria rural, que teria a idade mínima
das mulheres elevada de 55 anos para 57 anos.
O relator ainda vai se reunir com os líderes dos partidos para
coletar os pedidos de mudanças e ver "o que dá conforto" para que os
parlamentares votem a favor da reforma. Todos esses pontos serão costurados em
uma emenda aglutinativa que será apreciada no plenário da Câmara. Serão
necessários 308 votos em dois turnos de votação.
Oliveira Maia admitiu que a própria regra de transição pode ser
alvo de alterações. A proposta atual combina a cobrança de adicional de 30%
sobre o tempo que falta hoje para a aposentadoria, o chamado
"pedágio", com idades mínimas de transição, que começam em 53 anos
para mulheres e 55 anos para homens e evoluem ao longo de duas décadas.
"Há disposição do governo de fazer concessões, mas desejamos que
modificações sejam as mínimas possíveis", disse o relator.
Continua a seguir...
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