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quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Rescisão de delação não invalida prova, diz Raquel Dodge



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A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, disse nesta terça-feira, 26, em sua primeira entrevista desde que assumiu o cargo no dia 18, que “a lei é clara” ao estabelecer que provas produzidas em delação premiada são válidas mesmo quando o acordo é rompido. Ao falar sobre a Operação Lava Jato, ela afirmou que o momento atual é de “estudo” das colaborações que foram assinadas na gestão de seu antecessor, Rodrigo Janot, como a do Grupo J&F. “A lei é clara no sentido de que a rescisão do acordo não invalida a prova produzida no âmbito da delação premiada”, afirmou. Porém, ao ser questionada sobre possível ilegalidade no caso J&F por interferência de integrante do MP em favor dos delatores, Raquel disse que há diferença entre casos de rescisão e de nulidade do acordo. “Do ponto de vista jurídico há diferença entre rescisão e nulidade desse instrumento.
A questão será analisada no momento oportuno considerando essas duas possibilidades jurídicas. No momento não posso adiantar nenhum raciocínio sobre isso”, disse Raquel. Pelo entendimento legal, a nulidade pode levar ao não aproveitamento das provas da delação. O empresário Joesley Batista e o executivo Ricardo Saud, delatores do grupo, tiveram seus acordos rescindidos por Janot. O ex-procurador-geral avaliou que os dois omitiram do Ministério Público informações que deveriam ter sido prestadas. Com argumento de que as provas produzidas pelos delatores continuavam válidas, Janot utilizou as informações da colaboração na denúncia apresentada contra o presidente Michel Temer por obstrução da Justiça e organização criminosa. Raquel disse que dará continuidade à denúncia contra Temer se a Câmara autorizar o processamento da acusação.
Nas palavras de Raquel, se a denúncia for aceita pelos deputados e recebida pelo Supremo Tribunal Federal, “deverá ter continuidade porque a ação penal pública é indisponível, não pode nenhum procurador voltar atrás”.


Estadão

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