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segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Presidente do Flamengo foi convencido a demitir Zé Ricardo



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A demissão de Zé Ricardo passou por longo processo. Enquanto crescia o número de torcedores que pediam a saída do técnico, o mesmo ocorria entre os vice-presidentes. Mas Eduardo Bandeira de Mello insistia na permanência. O mandatário acreditava que a simples manutenção do treinador bastaria para que, com o tempo, o time entrasse naturalmente nos eixos. O diretor executivo, Rodrigo Caetano, tinha a mesma opinião. Mas os últimos resultados e as fracas atuações, com a equipe não apresentando evolução, o fizeram mudar de ideia. Isso foi importante para que o presidente fosse convencido de que era preciso trocar de técnico. Algo como ser favorável à continuidade de trabalho de um treinador, mas não a uma espécie de continuidade eterna.
Zé Ricardo teve tempo, recursos, estrutura, elenco. Simplesmente não conseguiu dar um segundo passo à frente depois do primeiro, bem-sucedido. Durante 2016, em meio a viagens, jogando pelo Brasil, com um grupo de jogadores inferior ao atual, assumindo como interino e herdando uma equipe totalmente desestruturada, chegou a lutar pelo título brasileiro e terminou em terceiro lugar. Para este ano chegaram Diego Alves, Rhodolfo, Trauco, Renê, Rômulo, Conca, Geuvânio, Everton Ribeiro e Berrío. Nove jogadores para todos os setores do time, do gol ao ataque. A única baixa foi a saída de Jorge, titular ano passado na lateral-esquerda, para a qual contrataram dois atletas de diferentes características.
Além disso, etapas importantes do Centro de Treinamento foram concluídas, dando ao departamento de futebol condições muito superiores para o dia a dia. Rotina que não teve mais o time itinerante, com jogos da Copa Libertadores no Maracanã e já no Brasileiro na Ilha do Governador, onde o Flamengo preparou o estádio da Portuguesa para abrigar os seus compromissos. Apesar de tantos avanços, o time regrediu. Dificuldade para definir jogos, velho defeito do ano passado, o que levava a muitos cruzamentos, falta de repertório nas ações ofensivas, saída de bola preocupante e fragilidade defensiva foram defeitos vistos nos últimos jogos. Só o Santos fez sete gols em uma semana na defesa rubro-negra, quatro de jogadas aéreas, deficiência de 2015, que reapareceu.
Antes da derrota para o Vitória o sistema defensivo do Flamengo sofreu seis tentos nas cinco partidas anteriores pela Série A, com os atacantes entrando facilmente entre os homens na linha defensiva e arrematando cara a cara com o goleiro. A defesa firme de tantos jogos em 2016 deixou de existir e a ela foram somados velhos e novos problemas em outros setores.
Não havia o menor sinal de que o time voltaria a atuar bem. Além disso, alguns jogadores eram subaproveitados, como o jovem Ronaldo, Mancuello, Rômulo e Felipe Vizeu, até a saída de Leandro Damião. Também era o caso de Donatti, que acabou negociado.  Zé Ricardo é promissor, pode recolocar a carreira numa boa rota. Mas não estava pronto para tamanho desafio.



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