A
prisão do ex-ministro Geddel Vieira Lima, ontem, na operação Cui Bono, da
Polícia Federal, desencadeou um tímido movimento interno no PMDB baiano pela
substituição do político da presidência estadual do partido. Alguns
parlamentares peemedebistas já começam a manifestar desconforto com a situação,
preocupados com sua repercussão nas eleições do ano que vem e a exploração
política do fato por parte dos adversários, especialmente do PT.
A
maioria, no entanto, ainda tem receio de se colocar publicamente, uma vez que a
família Vieira Lima tem o controle absoluto da máquina partidária e Geddel é
apontado pela maioria deles como uma figura vingativa. “Apesar de muito se
dizer que Geddel seria preso, ainda está tudo muito cedo. Precisamos ver,
primeiro, se a prisão vai se prolongar, para depois tomar decisões”, disse um
parlamentar peemedebista, com muita cautela, ao Política Livre.
Mesmo
assim, deputados como Hildécio Meirelles revelavam ontem seu desconforto na
Assembleia Legislativa. Ele é membro da executiva estadual peemedebista e
defendia que a agremiação se reunisse o mais rapidamente possível para avaliar
a situação de Geddel e sua eventual substituição. Para o parlamentar, a primeira
medida é convocar uma reunião para discutir que rumo tomar em relação à prisão
do ex-ministro dos governos Lula, Dilma e Temer.
Um
outro deputado, sob a condição de anonimato, também contou ao site que não é
verdade que Geddel havia se afastado da política desde a sua traumática saída,
em novembro do ano passado, da secretaria de Governo do presidente Michel
Temer, onde tinha extremo poder, por fazer toda a articulação do governo.
Depois de deliberadamente submergir, o peemedebista chegou a afirmar que a
política “foi um rio que passou em sua vida”, dando a entender que não tinha
mais interesse na atividade.
Segundo
esta mesma fonte, Geddel vinha trabalhando – e muito – na sede da legenda, no
Stiep. Tanto que, mesmo sob todo o bombardeio de que o governo Temer é alvo,
ele conseguiu emplacar Ricardo Saback no comando da Secretaria de Patrimônio da
União (SPU), nomeação cujo cancelamento chegou a ser pedido na Justiça
recentemente pelo vereador José Trindade (PSL), líder da oposição na Câmara
Municipal de Salvador. Trindade é um dos políticos mais ligados ao governador
Rui Costa (PT) no Estado.
Política
Livre
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