O
advogado de defesa do ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), Gamil Föppel,
afirmou, nesta segunda-feira, 3, que o peemedebista foi "injustamente
enredado no bojo da Operação Cui Bono" e que "deposita sua
integridade física nas mãos da autoridade policial". Ele foi preso pela
Polícia Federal na Bahia por determinação do juiz federal Vallisney de
Oliveira, da 10ª Vara do Distrito Federal.
A
detenção é de caráter preventivo e tem como fundamento elementos reunidos a
partir de informações fornecidas em depoimentos recentes do doleiro Lúcio
Bolonha Funaro, do empresário Joesley Batista e do diretor jurídico do grupo
J&F, Francisco de Assis e Silva, sendo os dois últimos, em acordo de colaboração
premiada.
No
pedido enviado à Justiça, os procuradores afirmaram que Geddel tem agido para
atrapalhar as investigações. O objetivo de Geddel seria evitar que o
ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o próprio Lúcio Funaro firmem
acordo de colaboração com o Ministério Público Federal. Para isso, segundo os
investigadores, tem atuado no sentido de assegurar que ambos recebam vantagens
indevidas, além de "monitorar" o comportamento do doleiro para
constrangê-lo a não fechar o acordo.
"Decerto,
diante da ausência de relevantes informações para sua decisão,
inexplicavelmente não relatadas na representação policial, a autoridade
judiciária infelizmente laborou em erro. Dessa forma, acabou por não considerar
que, desde o momento em que o Senhor Geddel Vieira Lima se viu injustamente
enredado no bojo da "Operação Cui Bono", colocou-se à disposição das
autoridades constituídas, para apresentar os documentos que lhe fossem
solicitados, assim como comparecer a todos os chamados que eventualmente lhe
fossem formulados, inclusive abrindo mão dos seus sigilos bancário e fiscal,
assim como do seu passaporte", afirma o advogado de Geddel.
A
defesa do ex-ministro ainda reiterou "incompreensão" com a prisão
preventiva de Geddel, classificada pelos advogados como "absolutamente
desnecessária". Os advogados sustentam ainda que "Joesley Batista foi
enérgico em pontuar que jamais pagou propina (ou qualquer tipo de vantagem
indevida) ao Senhor Geddel Vieira Lima".
"Sabedor
da sua inocência e confiante na altivez do Poder Judiciário, o Senhor Geddel
Vieira Lima segue inabalável na reparação do cerceamento às suas liberdades
fundamentais, registrando que, estando custodiado, deposita sua integridade
física nas mãos da autoridade policial", alega o advogado Gamil Föppel.
Com
informações do Estadão Conteúdo.
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