Após três dias de julgamento
no Tribunal Superior Eleitoral, o ministro-relator Herman Benjamin apontou que
vai pedir a cassação da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer ao afirmar que houve
abuso de poder político e econômico durante a campanha de 2014. Apesar disso, a
maioria dos ministros já sinalizou que vai votar pela absolvição do presidente.
A sessão de quinta-feira, 8, foi suspensa sem a conclusão do voto do relator. O
julgamento deve se encerrar nesta sexta-feira, 9, com expectativa de um placar
de 4 a 3 para livrar o presidente da condenação.
O desfecho favorável a Temer
– que tenta sobreviver também à crise política provocada recentemente pela
delação da JBS – ficou desenhado já na sessão realizada pela manhã desta
quinta, quando quatro dos sete ministros se manifestaram contra o uso dos
depoimentos dos delatores da Odebrecht no processo, considerados essenciais
para comprovar crimes na campanha de 2014.
A exclusão das provas do
processo foi defendida pelo presidente do TSE, Gilmar Mendes, e pelos ministros
Napoleão Nunes Maia, Admar Gonzaga e Tarcísio Vieira, cuja posição, até
quinta-feira, ainda suscitava dúvida entre os advogados de defesa.
Para o relator da ação,
mesmo sem considerar a Odebrecht, há elementos que indicam o abuso de poder
político e econômico na campanha presidencial de 2014. Benjamin ignorou a
posição dos colegas e proferiu um longo voto, no qual afirmou que a petição
inicial do PSDB, autor da ação, registrava que a campanha de Dilma e Temer
havia sido financiada com recurso de propina. “Eu não estou parafraseando, eu
estou lendo a petição inicial”, declarou.
O relator disse, ainda, que
os políticos têm conhecimento de que receberam recursos ilícitos. Afirmou,
também, que o modus operandi adotado por PT e PMDB em 2014 foi utilizado por
outros partidos brasileiros.
Bastidores do Poder
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